Final do WEC no Bahrein terá 37 carros

RIO DE JANEIRO – A decisão do Mundial de Endurance (FIA WEC) será apenas em novembro: dia 12 daquele mês, a temporada 2022, décima da retomada da competição após a dèbacle das provas de longa duração em 1992 – obra e graça de Max Mosley e Bernie Ecclestone – será disputada em Sakhir as 8h do Bahrein.

Com ausências: a Glickenhaus era esperada pelo menos na última das seis provas do calendário, mas o construtor estadunidense, cortando custos, declina de participar do evento barenita após a excelente impressão deixada nas 6h de Monza, quando fizeram a pole position, lideraram com autoridade, dominavam e podiam ter ganho – até o motor Pipo biturbo estourar.

Assim, o grid vai ser composto por 37 carros com o retorno da ARC Bratislava, outra equipe que por razões logísticas não foi a Fuji para a etapa passada. A Porsche tinha planos de já colocar seu 963 LMDh como ‘hors-concours’ mas o construtor alemão preferiu fazer mais testes com o carro nas pistas dos EUA a levar o novo protótipo para Sakhir.

Sendo assim, teremos cinco Hypercar, catorze LMP2, cinco LMGTE-PRO e 13 LMGTE-AM no plantel, com várias despedidas. A primeira, do bom e velho Alpine A480 – que era o Rebellion R13, em atividade desde 2018.

A segunda é da divisão LMGTE-PRO: na transição gradual para o regulamento GT3 com kit Premium e o desinteresse dos fabricantes em construir/manter/desenvolver novos carros dentro do regulamento LMGTE inaugurado em 2011 dentro dos moldes ainda em vigor, fora o envolvimento de Porsche, Ferrari e General Motors (não com a Corvette, mas com a Cadillac) no regulamento de convergência entre Hypercars e LMDh – que nos EUA serão chamados de GTP – a ‘morte’ desta subclasse é mera consequência dos fatos já descritos aqui.

Para a corrida barenita, é esperado o retorno de Nico Müller (anunciado ao longo da última semana como o novo futuro piloto da Peugeot no WEC após a debandada – já esperada, aliás – da Audi, por conta do fim do programa de Endurance da marca, onde era um dos contratados) e de René Rast. Ambos estiveram fora da etapa de Fuji por coincidência de datas com o DTM. Nick Cassidy também deve regressar na LMGTE-AM e Brendan Iribe, idem. Este último não foi a Fuji por ter tido contato com uma pessoa infectada por Covid-19 e ter sido obrigado a passar por um período de quarentena.

Também Miro Konôpka, que igualmente retorna ao plantel, não definiu quem dividirão a guiada com o eslovaco no quarto LMP2 da subdivisão Pro-Am, com pelo menos um piloto de graduação bronze.

Com 39 pontos em jogo – 38 pela vitória por ser um evento de 8h de duração e coeficiente 1.5 em relação às corridas de 6h, fora o ponto extra da pole position, não tem nada definido na classificação em nenhuma das divisões.

Muito pelo contrário: em 10 temporadas, nunca a classe principal tinha um empate em pontos. Nesse ano, a Alpine engrossou o caldo e chegará a Sakhir com os mesmos 121 pontos que o trio do #8 da Toyota com Brendon Hartley, Sébastien Buemi e Ryo Hirakawa. A diferença está no número de segundos lugares – dois do carro oriental contra um do bólido francês. Ambas as equipes ganharam duas vezes este ano.

Na LMP2, o trio da Jota formado por Roberto González, Will Stevens e Antonio Félix da Costa desfruta de 28 pontos de frente para Oliver Jarvis e Josh Pierson, que são parte da tripulação do #23 da United Autosports. Matematicamente, o trio do #41 da RealTeam by WRT formado por Rui Andrade, Norman Nato e Ferdinand Von Habsburg também tem chances – as de Robin Frijns e Sean Gelael (Team WRT) e também de Lorenzo Colombo/Robert Kubica/Louis Déletraz (Prema Orlen Team) existem, mas são retóricas, para não dizer mínimas.

Três dos times Pro-Am seguem na briga paralela dessa subcategoria, onde a AF Corse tem três vitórias, cinco pódios e 139 pontos contra 131 da Algarve Pro Racing e 102 da Ultimate – esta com possibilidades mais remotas.

Entre os pilotos de Grã-Turismo, novamente veremos um confronto direto entre Porsche e Ferrari: Ale Pier Guidi e James Calado têm 120 pontos contra 109 de Kévin Estre e Michael Christensen e 106 do 3º colocado Gianmaria Bruni – Richard Lietz está com 96, mas como corre com Bruni no Porsche #91, não terá chances de ser campeão. Na LMGTE-AM, vinte pontos (123 a 103) separam os líderes Marco Sörensen e Ben Keating sobre Nicki Thiim, David Pittard e Paul Dalla Lana – será um confronto de duas equipes de Aston Martin. A trinca do #77 da Dempsey Racing-Proton, com 46 pontos de desvantagem, já está fora de combate por conta do abandono em Fuji.

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