‘Vedi, vini, vici’: Prema é campeã do ELMS em Portimão; COOL racing e Proton Competition ganham na LMP3 e LMGTE

RIO DE JANEIRO – O imperador Júlio César, após triunfar contra Fárnaces II na Batalha de Zeia em 47 a.C., teria proferido em latim a seguinte frase diante de tão importante momento e conquista: “Vedi, vini, vici” (Vi, vim e venci, em português).

A frase acima se aplica à Prema, talvez a melhor equipe em categorias de base no automobilismo mundial nos últimos anos e o que o time de Angelo e René Rosin fez em sua primeira temporada no Endurance: um caneco já foi conquistado – e logo do European Le Mans Series, na disputadíssima divisão LMP2.

Com o auxílio de Lorenzo Colombo em grande parte do campeonato e a participação de Juan Manuel Correa nas duas etapas finais após o fim de seus compromissos no FIA F3, Louis Déletraz e Ferdinand Von Habsburg levaram o título de pilotos neste ano com uma categórica vitória nas 4h de Portimão – a quarta do time italiano em seis etapas, que deixou a Prema com 31 pontos de vantagem sobre a Panis Racing, vice-campeã (125 a 94).

Nico Jamin/Julien Canal/Job Van Uitert também chegaram em 2º na posição de pista na etapa final, seguidos pela COOL Racing com Niklas Krütten/Yifei Ye/Nico Lapierre e pela Inter Europol Competition, numa sólida atuação de Pietro Fittipaldi – que fez inclusive um excelente stint, muito agressivo e seus colegas Fabio Scherer e David Heinemeier-Hänsson. A trinca fechou o ano em 10º com 32 pontos, deixando pelas performances nas duas últimas corridas a impressão de que finalmente chegaram ao bom caminho após muitos problemas ao longo do campeonato – em especial, antes das 24h de Le Mans.

Na LMP2 Pro-Am, o Racing Team Turkey levou a melhor sobre as rivais AF Corse e Nielsen Racing: Charlie Eastwood e Salih Yoluç – com Jack Aitken em cinco etapas exceto Spa e Will Stevens somente na corrida belga, ficaram com o título entre os pilotos, somando quatro vitórias em seis provas disputadas e 131 pontos no ranking, contra 106 de Aitken e 101 de Alessio Rovera, François Perrodo e Nicklas Nielsen.

Entre os LMP3, drama: a Inter Europol Competition encaminhava o título para o #13 de Nico Pino, Charles Crews e Guilherme Oliveira. Mas o protótipo do time de Sacha Fassbender sofreria uma inesperada falha quando o relógio apontava 13 minutos na regressiva para a quadriculada. Deu dó a imagem de Guilherme, piloto da casa e que guiava o carro na hora da quebra, se jogando na brita em Portimão, varado de tristeza.

Com três vitórias nas últimas etapas – descontando a desclassificação na abertura do certame em Paul Ricard – o trio do #13 ainda viu a rival COOL Racing abiscoitar vitória e titulo da temporada com Mike Benham/Maurice Smith/Malthe Jakobsen, seguidos pela United Autosports e o carro #2 tripulado por Bailey Voisin/Josh Caygill/Finn Gehrsitz. Antoine Doquin/Nicolas Maulini/Jean-Ludovic Foubert pescaram o segundo pódio do ano com o outro protótipo inscrito pela equipe campeã de 2022.

Na LMGTE, festa para as valentes meninas da Iron Lynx: um triunfo ensaiado e muito aguardado e que, com merecimento, veio na prova final do certame. Uma saborosa conquista de Sarah Bovy, Doriane Pin e Michelle Gatting, mostrando que lugar de mulher é onde ela quiser. O resultado deixou Gätting e Bovy em 3º lugar na competição, com 70 pontos.

O título veio para a Proton Competition, que com muita regularidade e somente uma desistência em seis corridas – além de uma única vitória, também – fez de Christian Ried, Gianmaria Bruni e Lorenzo Ferrari os campeões somando 82 pontos contra 78 de Mikkel Jensen e Frederik Schandorff, da Kessel Racing. A divisão de Grã-Turismo terminou com incríveis seis vencedores diferentes nas seis provas do calendário.