Vitória e troco de Le Mans da Toyota sobre a Ferrari nas 6h de Monza


SÃO PAULO - O troco veio - e rápido: a Toyota venceu pela quarta vez na temporada 2023 e deu à Ferrari a resposta após a derrota de Le Mans. Logo na casa dos italianos: as 6h de Monza foram ganhas pelo construtor oriental de forma categórica, com o #7 dominando as ações desde a pole position nos treinos e o terceiro triunfo para Mike Conway/Kamui Kobayashi/José María López, após um total de 200 voltas percorridas.

A corrida teve alguns momentos de tensão envolvendo o #8 de Sébastien Buemi/Ryo Hirakawa/Brendon Hartley, que incluíram uma penalidade de 1min por conta dos incidentes com a Ferrari #51 vencedora em La Sarthe logo após a largada e também o acidente em que o #777 de Satoshi Hoshino/Casper Stevenson/Tomonobu Fujii foi destruído no guard-rail da curva Vialone.

O público de 65 mil espectadores que lotou vários setores das arquibancadas e promoveu a tradicional invasão de pista ao fim da disputa viu além do domínio dos orientais com uma performance estonteante de Pechito López em seus stints, afora a autoridade de Kobayashi nos últimos turnos, a tentativa da Ferrari em se aproximar da concorrência - o que efetivamente aconteceu após um último período de Safety Car. Mas o esforço de Antonio Fuoco foi em vão e a diferença final auferida ficou em 16"520.

A grande surpresa do domingo foi a sólida performance do 9X8 da Peugeot, ofertando à montadora francesa o primeiro pódio um ano após a estreia do inusitado Hypercar lá mesmo na Itália. Jean-Éric Vergne/Mikkel Jensen/Paul Di Resta tiveram um ritmo sólido ao longo da disputa e conseguiram terminar na mesma volta dos rivais, o que é significativo.

Após o entrevero e a punição de 1min, o Toyota #8 teria sido quarto na pista, o que ampliaria a diferença entre os trios líder e vice-líder do campeonato para 26 pontos. Porém, uma punição pós-prova custou a posição: o carro passou na volta 190 com potência superior ao pré-determinado pelo BoP da Hypercar - que tinha sido fixada em 507 kW. Como efeito, foi aplicada uma punição de 50seg de tempo - uma vez que não cumpriram um stop & go de 5seg - e o carro caiu para a 6ª posição. 

Dessa forma, a Ferrari #51 - penalizada também em 40seg de acréscimo de tempo pelo não cumprimento de um drive through -  ficou em quinto e o trio Antonio Giovinazzi/James Calado/Alessandro Pier Guidi descontou dois pontos e a vantagem baixou para 23 - o problema para os pilotos do time italiano é que também o trio vencedor em Monza chegou aos mesmos 92 pontos e existe vantagem no número de vitórias - três contra uma.

A Porsche teve uma corrida 'limpa' e conseguiu terminar com os carros da Penske em quarto e sétimo, sendo o Glickenhaus outra boa surpresa da Hypercar no domingo, ao fechar na frente do 963 LMDh do Hertz Team Jota, alijado de perspectivas melhores na disputa por falha na direção do carro.

Após as ótimas apresentações nas etapas anteriores e o pódio em Le Mans, a decepção ficou por conta da Cadillac, com o 10º lugar geral e o último ponto da Hypercar. O Peugeot #94 e o Vanwall não pontuaram - o carro #4 inclusive fez o que dava para fazer na estreia de João Paulo de Oliveira, chegando em vigésimo, nove voltas atrasado.


Na LMP2, a Jota finalmente conseguiu a tão esperada primeira vitória na temporada, num excelente trabalho de Pietro Fittipaldi e os dinamarqueses Oli Rasmussen e David Heinemeier-Hänsson. Com o resultado, chegaram a 53 pontos na classificação do campeonato.

Talvez a equipe não tivesse vencido se não fosse a falha mecânica terminal no #31 da WRT guiado por Robin Frijns/Sean Gelael/Ferdinand Von Habsburg, que vinha justamente na ponta antes da última parada e o carro acabou rumando para a garagem para não mais retornar. E faltavam apenas 22 minutos para a quadriculada...

A Alpine alcançou o melhor resultado do ano e o primeiro pódio na LMP2 desde 2020, com o #36 de Charles Milesi/Julien Canal/Matthieu Vaxivière, seguido por Robert Kubica/Rui Andrade/Louis Déletraz, que ampliam a vantagem na classificação do campeonato por 10 pontos - 110 a 100 contra o trio da Inter Europol Competition, que terminou em 5º lugar na classe em Monza.

A Prema foi o desapontamento do fim de semana na divisão com o modesto 7º posto do carro da francesa Doriane Pin e o nono posto do #9. Entre eles, ficou o carro da Alpine do brasileiro André Negrão, que chegou a 21 pontos no campeonato junto a Olli Caldwell e Memo Rojas Jr., ocupando o 17º lugar na tabela de pontos.


Na LMGTE-AM, a Porsche dominou o pódio de cabo a rabo, mas a festa foi toda da Corvette Racing: o quarto lugar na pista, mais o 7º posto da ORT by RF - beneficiada (mas não muito) pela punição à Project 1-AO - rendeu a Ben Keating/Nico Varrone/Nicky Catsburg o título antecipado restando duas etapas.

A trinca chegou apenas em quarto porque Catsburg preferiu, por precaução, fazer o serviço completo de troca de pneus e reabastecimento, ofertando mais um pódio à GR Racing, que somou 45 dos seus 54 pontos nas últimas duas etapas.


A vitória foi da Dempsey Racing-Proton com Christian Ried/Mikkel O. Pedersen/Julien Andlauer, seguida pela Iron Lynx com Claudio Schiavoni/Alessio Picariello/Matteo Cressoni. As Iron Dames finalizaram em 5º na divisão, seguidas pela Ferrari da Richard Mille-AF Corse, da francesa Lilou Wadoux.

A AF Corse teve uma corrida repleta de percalços com todos os carros. O #83 e o #21 se envolveram em saídas de pista e o #54, quando liderava a disputa com o piloto bronze Thomas Flohr a bordo, teve problemas de seleção de marchas. O carro voltou à pista, mas terminaria em 31º e último na geral - décimo na LMGTE-AM.

A próxima etapa do FIA WEC será as 6h de Fuji, no Japão, no dia 10 de setembro.

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