A Mil por Hora
Fórmula 1

Hamilton pole; Vettel cada vez mais favorito

RIO DE JANEIRO (post atualizado às 16h48) – Treino animado esse do GP do Brasil de Fórmula 1. A chuva, tão aguardada, caiu antes do treino começar, mas as gotas d’água pararam de cair e o asfalto secou totalmente. E numa corrida de despedidas, Lewis Hamilton, que faz sua última corrida pela McLaren, conquistou de forma incontestável […]

RIO DE JANEIRO (post atualizado às 16h48) – Treino animado esse do GP do Brasil de Fórmula 1. A chuva, tão aguardada, caiu antes do treino começar, mas as gotas d’água pararam de cair e o asfalto secou totalmente. E numa corrida de despedidas, Lewis Hamilton, que faz sua última corrida pela McLaren, conquistou de forma incontestável a 26ª pole da carreira – que no que depender do desempenho recente da Mercedes-Benz, será a última por muito tempo.

Não só Hamilton foi muito rápido, ao marcar 1’12″458 no Q3 que definiu a pole position: Jenson Button pôs o outro carro do time britânico na segunda colocação do grid, a 0″055 do futuro ex-companheiro de equipe. Os motores Mercedes-Benz empurram bem os carros prateados e também a Force India, que avançou com Nico Hülkenberg, de saída para a Sauber, para o top 10 do grid.

A primeira fila é toda McLaren e a segunda é toda dos touros vermelhos. Vencedora das últimas três edições do GP do Brasil – é sempre bom lembrar, a equipe do energético austríaco mais popular do planeta ficou com 3º e 4º tempos, sendo que Mark Webber, que se dá bem em Interlagos, cravou Vettel. O alemão, com esta segunda fila e três posições à frente de Alonso, respira sem dúvida um pouco mais aliviado e deve largar como favorito – se a corrida acontecer em condições normais de temperatura e pressão, diga-se.

Porque, se chover, já sabemos: embora Vettel seja muito bom na chuva e sua primeira vitória na Fórmula 1 aconteceu numa Monza encharcada – e de Toro Rosso! – Fernando Alonso pode encontrar aí o diferencial necessário para neutralizar os 13 pontos que o separam do alemão, uma vez que com pista seca a Ferrari não pode contra a Red Bull.

Ao fim do treino, muita gente começou a fazer ilações a respeito da equipe italiana proceder do mesmo jeito que fez no recente GP dos EUA, em Austin, “rompendo” o lacre do câmbio do carro de Felipe Massa para beneficiar Alonso mais uma vez. Mas o piloto brasileiro, 5º mais rápido do treino e melhor que o espanhol, portanto, foi taxativo. “De jeito nenhum. Não há diferença como naquela pista”, afirmou.

Mas será? Da Ferrari pode se esperar tudo. Tudo mesmo.

Nas demais posições do grid a partir do 11º posto, poucas novidades. Romain Grosjean, que normalmente se classifica do meio do pelotão para a frente, se envolveu em mais uma querela na pista. Tentou superar o lentíssimo Pedro De La Rosa com a HRT – que deve fazer sua última aparição na F-1 – e foi jogado contra o guard-rail. Perdeu o bico e acabou o treino em 18º. E para todo mundo que cisma em pichar Grosjean e diz que o franco-suíço é rápido, porém burro, não seria problema dizer que tanto ele quanto o espanhol erraram. Não é melhor do que apenas crucificar o piloto da Lotus?

E, no que já virou lugar comum na temporada, Bruno Senna ficou atrás de Pastor Maldonado. Mais uma vez. O piloto da Williams até fez um brilhareco no Q1, com o 2º tempo. Mas a pista esquentou e aí não foi possível repetir o soberbo desempenho do venezuelano, que avançou com sobras para o Q3. Com 1’14″219, Bruno ficou com o 12º tempo, ganhando uma posição no grid com – mais – uma punição dos comissários ao venezuelano que, de forma pouco inteligente, simplesmente não foi para a pesagem. Ignorou a sinalização dos fiscais e perdeu dez posições no grid de largada.

Como falei lá em cima em despedidas, existe uma – melancólica – confirmada para este domingo: após 306 corridas, de 1991 a 2006, com um intervalo de quatro anos até o seu regresso em 2010, Michael Schumacher deixa enfim a Fórmula 1. Sou daqueles que acha que ele sequer deveria ter regressado, diante do papel que ele fez em três anos pela Mercedes e 57 GPs disputados, com direito a apenas um pódio. Pouco, muito pouco, para quem se acostumou a ser um demolidor de recordes. Será que ele precisava se sujeitar a tudo isso?

Quanto à corrida, amanhã, Alonso torce por um milagre. E esse milagre se chama chuva. Vettel, para mim, ainda é o grande favorito. E não precisa ganhar para ser campeão. Alonso depende de uma combinação de resultados, inclusive do abandono do rival, para ser, no máximo, 3º colocado.

Vai ser uma grande decisão de título. E aí, quem vocês acham que será campeão neste domingo?