A Mil por Hora
Fórmula 1

O tempo passa… o tempo voa…

RIO DE JANEIRO – Capa de um exemplar de 2001, número 39, da revista italiana Autosprint, com Felipe Massa saudado como o “novo Senna”. É a mesma imprensa que, não faz muito tempo atrás, se bem me recordo, pediu sua cabeça e fez sua caveira exigindo a contratação de Sergio Pérez para ser companheiro de Fernando […]

581032_460735630679546_1679096360_nRIO DE JANEIRO – Capa de um exemplar de 2001, número 39, da revista italiana Autosprint, com Felipe Massa saudado como o “novo Senna”. É a mesma imprensa que, não faz muito tempo atrás, se bem me recordo, pediu sua cabeça e fez sua caveira exigindo a contratação de Sergio Pérez para ser companheiro de Fernando Alonso. O tempo passa, o tempo voa…

Mal comparando com o que a imprensa especializada em futebol teima em fazer, colocando em paralelo Neymar com Lionel Messi – e para muitos deve ser muito duro assumir que o argentino é, de fato, o maior jogador deste planeta e deste século – a analogia feita pelos italianos não passa de uma pálida lembrança daquele Felipe Massa que, até 2008, nos deu alguma esperança de termos de novo um brasileiro campeão na Fórmula 1.

Infelizmente, passaram-se quase cinco anos e, de uma estrela em ascensão e ídolo em potencial, Massa teve que enfrentar entre outros percalços a história da mola na Hungria e a chegada de Fernando Alonso a Maranello. Os dois eventos minaram sua carreira. Por mais que ele diga que não, existiu primeiro um componente neurológico e outro psicológico. O Fernando is faster than you de Hockenheim destruiu o brasileiro, que luta contra o tempo perdido.

A segunda metade de temporada dele em 2012 foi bastante boa, mas o começo de temporada deste ano não é claramente no mesmo nível – pelo menos em ritmo de corrida. Em qualificação, exceto Mônaco, ele sempre esteve muito próximo de Alonso, por milésimos – ora à frente do companheiro de equipe, ora atrás. Aquela média de quatro décimos ou mais que Alonso impunha até parte do ano passado não é mais constante. Mas ainda falta um algo mais a Felipe. Palavra que eu não consigo decifrar o que seria isso.

Em Mônaco, vimos um raio cair duas vezes no mesmo lugar: dois acidentes, com diferença de pouco mais de 24h entre um e outro, com circunstâncias semelhantes e prejuízos idem. Se no primeiro, a equipe não poupou seu piloto, no segundo, jogou panos quentes na história e isentou-o de culpa, atribuindo a batida de domingo a uma “falha mecânica” na F138. Não seria mais bonito para a Ferrari admitir o erro nos dois acidentes?

Fica a questão.