A Mil por Hora
Fórmula 1

Fórmula Mercedes

RIO DE JANEIRO – Três corridas, três pole positions. Uma superioridade até aqui incontestável. A Mercedes-Benz sobra na turma enquanto a Fórmula 1 não chega à Europa e a tendência é que até antes de Barcelona o panorama não sofra alterações. Azar dos adversários: os carros prateados deram mais um banho em qualificação, desta vez […]

RIO DE JANEIRO – Três corridas, três pole positions. Uma superioridade até aqui incontestável. A Mercedes-Benz sobra na turma enquanto a Fórmula 1 não chega à Europa e a tendência é que até antes de Barcelona o panorama não sofra alterações. Azar dos adversários: os carros prateados deram mais um banho em qualificação, desta vez no GP do Bahrein, pela primeira vez disputado em horário noturno.

Após duas poles de “Comandante Hamilton”, foi a vez de Nico Rosberg. O alemão, sempre rápido durante todo o fim de semana do evento, cravou o companheiro de escuderia por quase três décimos de segundo. E ele nem precisou se esforçar muito para garantir a posição de honra, naquela que é a quinta pole do piloto em 149 GPs na carreira – igualando o pai Keke Rosberg. O campeão mundial de 1982 disputou, aliás, 114 corridas – menos que o filho.

Com os “Flechas Prateadas” em um plano muito superior aos demais carros da Fórmula 1, o best of the rest na teoria foi Daniel Ricciardo, da Red Bull, com o 3º tempo no Q3. Na prática, a história é outra. Punido com a perda de 10 posições por um erro da equipe num pit stop em Sepang (ah, os comissários…), o australiano perdeu a posição e quem abre a segunda fila é… Valtteri Bottas.

Como é que é? O “frangote” largando em terceiro? E quase três décimos abaixo da marca de Felipe Massa? Pois foi exatamente isso o que aconteceu. E aposto com qualquer um de vocês, leitores, que o finlandês será alçado num piscar de olhos à condição de novo vilão do automobilismo. Porque na visão errônea de alguns, os pilotos brasileiros são perfeitos, inatacáveis, inatingíveis.

E a situação pode não ficar boa para Felipe Massa. Foi superado pelo companheiro de equipe em todas as fases da qualificação e há mais um agravante: Bottas teve menos tempo de pista que o companheiro de Williams, já que cedeu seu assento para a estreia de Felipe Nasr. Complicado…

Voltemos ao grid: Sergio Pérez pôs as manguinhas de fora, finalmente, na Force India. O mexicano conseguiu um excelente quinto tempo no Q3, transformado em quarto com a punição de Ricciardo, deixando quatro carros com motores Mercedes-Benz, de três equipes diferentes, nas duas primeiras filas.

Na verdade, poderiam ter sido seis carros em sequência, só que Kimi Räikkönen, com uma tremenda volta, acabou com a brincadeira. O finlandês, cuja postura neste início de campeonato já sofria algumas críticas, resolveu mostrar que a Ferrari não o recontratou por acaso. Embora o carro não seja lá essas coisas, o Iceman fez algo bem significativo: enfiou seis décimos goela abaixo em Fernando Alonso. Que outro colega de equipe do espanhol fez isso nos últimos tempos na Fórmula 1?

A McLaren teve Button pondo ordem na casa e se qualificando à frente de Kevin Magnussen, com os dois avançando ao Q3 – ao contrário do que ocorreu com o atual tetracampeão Sebastian Vettel. É claro que um 11º lugar, transformado em décimo com a punição a Ricciardo, não é o lugar que um piloto com tantos títulos e vitórias costuma frequentar. Mas é a realidade do alemão, que não vem mostrando muita satisfação com seu carro e com os motores Renault. Estranho é que no carro de Ricciardo, nada é motivo de problema (pelo menos nos treinos) e, exceto na Malásia, onde andou bem, Vettel só teve dissabores em qualificação.

De resto, a ausência de Nico Hülkenberg no Q3 também foi outra surpresa. Daniil Kvyat à frente de Jean-Eric Vergne na hierarquia da Toro Rosso não é novidade. Nem Romain Grosjean melhor que Pastor Maldonado, de novo fora no Q1, junto a Adrian Sutil (outro que ainda não se achou com a Sauber) e aos suspeitos de sempre, com Koba e Bianchi batendo mais uma vez seus colegas de infortúnio.

Então é isso: só uma quebra ou um acidente é capaz de parar qualquer um dos dois pilotos da Mercedes-Benz no GP do Bahrein. Ainda aposto em Hamilton como favorito à vitória. E vocês?

O grid:

1. fila
Nico Rosberg (Mercedes W05) – 1’33″185 – Q3
Lewis Hamilton (Mercedes W05) – 1’33”464 – Q3
2. fila
Valtteri Bottas (Williams FW36-Mercedes) – 1’34″247 – Q3
Sergio Perez (Force India VJM07-Mercedes) – 1’34”346 – Q3
3. fila
Kimi Raikkonen (Ferrari F14-T) – 1’34″368 – Q3
Jenson Button (McLaren MP4/29-Mercedes) – 1’34″387 – Q3
4. fila
Felipe Massa (Williams FW36-Mercedes) – 1’34″511 – Q3
Kevin Magnussen (McLaren MP4/29-Mercedes) – 1’34″712 – Q3
5. fila
Fernando Alonso (Ferrari F14-T) – 1’34″992 – Q3
Sebastian Vettel (Red Bull RB10-Renault) – 1’34″985 – Q2
6. fila
Nico Hulkenberg (Force India VJM07-Mercedes) – 1’35″116 – Q2
Daniil Kvyat(Toro Rosso STR9-Renault) – 1’35″145 – Q2
7. fila
Daniel Ricciardo (Red Bull RB10-Renault) – 1’34″051 – Q3  (*)
Jean-Eric Vergne (Toro Rosso STR9-Renault) – 1’35″286 – Q2
8. fila
Esteban Gutierrez (Sauber C33-Ferrari) – 1’35″891 – Q2
Romain Grosjean (Lotus E22-Renault) – 1’35”908 – Q2
9. fila
Pastor Maldonado (Lotus E22-Renault) – 1’36”663 – Q1
Kamui Kobayashi (Caterham CT05-Renault) – 1’37”085 – Q1
10. fila
Jules Bianchi (Marussia MR03-Ferrari) – 1’37″310 – Q1
Marcus Ericsson (Caterham CT05-Renault) – 1’37”875 – Q1
11. fila
Max Chilton (Marussia MR03-Ferrari) – 1’37″913 – Q1
Adrian Sutil (Sauber C33-Ferrari) – 1’36″840 – Q1 (**)

(*) perda de 10 posições por irregularidade no GP da Malásia

(**) perda de 5 posições por bloquear Romain Grosjean no treino classificatório