A Mil por Hora
Fórmula 1

Tranquilo e sereno

RIO DE JANEIRO – Ninguém incomodou Lewis Hamilton neste domingo de GP da China. O piloto da Mercedes, pole position, fez o seu papel com competência – como, aliás, tem sido desde a Malásia. Por isso, chegou a três vitórias consecutivas em quatro corridas disputadas do Mundial de Fórmula 1, o que o deixa a […]

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RIO DE JANEIRO – Ninguém incomodou Lewis Hamilton neste domingo de GP da China. O piloto da Mercedes, pole position, fez o seu papel com competência – como, aliás, tem sido desde a Malásia. Por isso, chegou a três vitórias consecutivas em quatro corridas disputadas do Mundial de Fórmula 1, o que o deixa a quatro pontos do líder e companheiro de equipe Nico Rosberg.

Numa vitória em que o domínio do piloto do carro #44 foi tranquilo e sereno, Hamilton consegue igualar as 25 vitórias de Jim Clark e Niki Lauda, tornando-se o único piloto britânico da atualidade com número de triunfos suficiente para inclusive ultrapassar o recorde (de um piloto escocês ou inglês, evidentemente) de 31 vitórias, pertencente a Nigel Mansell desde 1994.

E foi mais fácil do que o previsto, porque Nico Rosberg só assumiu a 2ª posição na 43ª volta, após remar bastante vindo da 6ª posição. Quarto no grid, o alemão largou mal e teve que empreender uma recuperação que pelo menos o mantém na liderança do campeonato – com margem cada vez menor para “Comandante Hamilton”.

O GP da China, aliás, nos deu a certeza que a prova do Bahrein foi um ponto fora da curva da atual temporada, que começa com a imensa maioria de corridas desprovidas de emoção. É verdade que alguns fatos pontuaram este domingo, mas dar uma nota acima de 6 seria muito injusto com a corrida de Xangai.

Um fato foi a ótima atuação de Fernando Alonso. Como eu disse no post sobre o treino, mais uma vez o asturiano fez valer a competência para operar ‘pequenos milagres’ e desta vez ele conseguiu o pódio, o primeiro dele em 2014, que o levou ao 3º lugar no Mundial de Pilotos, bem longe da dupla da Mercedes. Marco Mattiacci, já apelidado de “Mister M” no paddock da Fórmula 1, deve ter gostado do que viu. Homem de poucas palavras, sério e sisudo, é ele quem comandará a equipe num processo de reconstrução da imagem vitoriosa de Maranello. Até Räikkönen mostrou algum espírito de luta e motivação, embora não tenha sido tão brilhante quanto Alonso. O finlandês pontuou com a 8ª colocação.

Outro evento digno de nota foi Daniel Ricciardo à frente de Sebastian Vettel. O “Risada” tem feito a alegria dos que detestam o alemãozinho tetracampeão e hoje foi a vez do atual número #1 da categoria ouvir um “Ricciardo is faster than you” – não com essas letras, é claro, mas vocês entenderam bem o que estou falando. Vettel nem tinha como segurar o ímpeto do companheiro de equipe que, repito, Helmut Marko não vai conseguir domesticar tão cedo.

E houve ainda a patuscada da Williams, errando tudo no primeiro pit stop do Felipe Massa e jogando o brasileiro lá pro fim da fila, em último. Claro que, por conta de um toque na largada com Fernando Alonso, lá foram os teóricos da conspiração começar a dizer que a roda traseira esquerda – que engastalhou na parada – foi a que tocou no carro do espanhol. Nada menos exato, pois o toque é de roda dianteira com roda dianteira. A FIA não considerou o incidente ilícito e segue o parador…

Massa, claro, não gostou do ocorrido nos boxes e, insatisfeito e frustrado, acabou em 15º lugar, bem distante do bravo Valtteri Bottas. Nico Hülkenberg, que começa muito bem a temporada com a Force India, terminou em sexto.

Aliás, no duelo doméstico, o alemão enquadrou mais uma vez o mexicano Sergio Perez, 9º na China, após levar um “couro” firme do parceiro de time no Bahrein. Daniil Kvyat pontuou pela terceira vez em quatro provas e já igualou Jean-Eric Vergne em pontos no Mundial.

Medíocre, mesmo, foi a McLaren. Totalmente perdida, a equipe de Ron Dennis ficou em branco de novo. O bom começo na Austrália, pelo visto, foi ilusão. Já são duas corridas seguidas fora dos pontos e a equipe volta a figurar em quinto no Mundial de Construtores, com menos pontos que a Force India, acredite quem quiser.

Agora a Fórmula 1 (graças a Deus) dá um tempo nas corridas de madrugada e volta ao horário “normal” das manhãs de domingo. No próximo dia 11, vai começar a fase europeia com o GP da Espanha, em Barcelona. E fica a pergunta: existirá alguém capaz de incomodar a supremacia da Mercedes?

Cartas para a redação.