RIO DE JANEIRO – Um momento de emocionar. Até hoje. E a narração do Galvão Bueno, justiça seja feita, é uma das maiores da carreira dele na história do locutor na Rede Globo. Há 15 anos, no dia 30 de julho de 2000, Rubens Barrichello quebrava um jejum de quase sete anos sem vitórias de qualquer piloto brasileiro na Fórmula 1, desde que Ayrton Senna vencera o GP da Austrália de 1993.
Largando de 18º após um treino atípico a bordo de sua Ferrari, Rubinho fez o que tinha de fazer na pista, ultrapassando todo mundo que vinha à sua frente. E dois acontecimentos também ajudaram: um lunático apareceu andando à margem da pista, o que chamou o Safety Car. Depois, choveu. Com larga experiência no molhado, adquirida nas provas que disputou no kart e nas categorias de acesso, Barrichello avaliou que era possível correr o risco. Consultou Ross Brawn e recebeu o sim do estrategista da equipe italiana.
E acelerou. Como nunca. Rumo à uma vitória histórica. Galvão, simplesmente brilhante, sacou um bordão que entrou para o seu rol. “E nós vamos ouvir o Tema da Vitória, que há sete anos não tocávamos!”
Gente, não é brincadeira, não. A fita DAT com a gravação do Tema da Vitória com o Roupa Nova, no arranjo do maestro Eduardo Souto Neto, que compôs a música a pedido da emissora, jazia num canto, pegando poeira. E naquele dia, no switcher da transmissão, todo mundo chorou.
Sempre bom recordar esse momento. Pena, pena mesmo, que hoje o torcedor brasileiro apaixonado por automobilismo tenha que se apegar apenas às lembranças do passado.