Rali de Portugal: triunfo espetacular de Kris Meeke

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Salto para a vitória: Kris Meeke foi dominante em todo o Rali de Portugal, conquistando a segunda vitória do britânico e de seu navegador Paul Nagle no WRC

RIO DE JANEIRO – Mesmo ausente das duas últimas etapas do World Rally Championship, desenvolvendo o novo carro da Citroën para a temporada 2017, quando o construtor francês volta com força total à modalidade, o britânico Kris Meeke nunca deixou de acreditar que poderia vencer pelo menos uma vez neste ano. E aconteceu: com uma performance simplesmente dominante, espetacular, o piloto e seu navegador Paul Nagle faturaram neste fim de semana o Rali de Portugal, 5ª prova do WRC.

Ao longo dos três dias de provas, o piloto manteve a liderança no mais absoluto controle. Quando consolidou sua diferença, até permitiu a aproximação dos adversários – mas sem ser ameaçado em momento algum. No Power Stage de Fafe, o último trecho cronometrado de apenas 11,19 km de percurso, nem forçou o ritmo: ficou em 8º, dando à trinca de pilotos e navegadores da Volkswagen o gostinho dos pontos extras. Ao fim do evento, dedicou a vitória aos fãs portugueses, apaixonados pelo Rali.

Sebastién Ogier, que se manteve em grande parte do evento com o segundo lugar, ainda foi superado – por incrível que pareça – pelo norueguês Andreas Mikkelsen, que teve excelente performance também a bordo do Polo da equipe B de fábrica. O nórdico fechou o evento com menos de 30 segundos de diferença para Meeke e com quase cinco de diferença sobre o francês, que levou além dos 15 pontos do 3º lugar os três pontos extras por ter sido o mais rápido do Power Stage final. Com os problemas de Hayden Paddon logo na sexta-feira, que fizeram o neozelandês desistir, Mikkelsen assume a vice-liderança do Mundial de Pilotos.

Dani Sordo foi um sólido quarto colocado, mas em nenhum momento ameaçando qualquer um dos três primeiros. O espanhol ficou a mais de 1min30seg de Meeke, com o quinto lugar cabendo ao francês Eric Camilli – talvez em sua melhor apresentação como piloto da equipe Ford M-Sport. Parece que as trapalhadas e os acidentes dos primeiros Ralis do ano ficaram para trás.

Vencedor do ano passado, Jari-Matti Latvala foi um apagado 6º colocado. Ainda tentou lutar para superar Camilli, mas o máximo que conseguiu foi chegar a pouco mais de cinco segundos do adversário. Mads Ostberg não foi além do sétimo posto, sem poder em nenhum momento se aproximar do companheiro de equipe na M-Sport Ford. Martin Prokop se estabeleceu como o melhor dos pilotos sem vínculo com esquemas de fábrica, somando quatro pontinhos com o 8º lugar.

O sueco Pontus Tidemand dominou o WRC2 de cabo a rabo e além dos 25 pontos da vitória na divisão, levou dois na classificação geral, pois terminou em nono, à frente do bom piloto peruano Nicolás Fuchs. Elfyn Evans, que vinha no comando da tabela de pontos, teve problemas – mas apesar dos percalços ainda chegou ao fim: foi 30º na geral, só que sem pontuar na divisão. O brasileiro Ilo Diehl e seu navegador Eduardo “Soneca” completaram o Rali de Portugal com a 50ª colocação geral e em 19º entre as duplas da categoria.

Entre os pilotos locais, Miguel Campos foi o que teve o melhor resultado: completou em 14º com seu Skoda Fabia inscrito na classe WRC2, onde alcançou o quinto posto na prova, somando 10 pontos no campeonato.

Num total de 83 duplas inscritas, 59 terminaram o Rali de Portugal. E daqui a três semanas, tem mais WRC com a etapa da Sardenha, na Itália.

Classificação final do Rali de Portugal:

1. Meeke-Nagle (Citroen DS3 Wrc) – 3.59’01”0
2. Mikkelsen-Jaeger (VW Polo Wrc) + 29”7
3. Ogier-Ingrassia (VW Polo Wrc) + 34”5
4. Sordo-Marti (Hyundai i20 Wrc) + 1’37”1
5. Camilli-Klinger (Ford Fiesta RS Wrc) + 4’01”6
6. Latvala-Anttila (VW Polo Wrc) + 4’06”9
7. Ostberg-Floene (Ford Fiesta RS Wrc) + 6’53”6
8. Prokop-Tomanek (Ford Fiesta RS Wrc) – 10’24”1
9. Tidemand-Axelsson (Skoda Fabia R5) + 11’45”2
10. Fuchs-Mussano (Skoda Fabia R5) + 13’14”0

Classificação do campeonato após a 5ª etapa:

1. Sebastién Ogier – 114 pontos
2. Andreas Mikkelsen – 67
3. Mads Ostberg – 58
4. Hayden Paddon – 57
5. Dani Sordo – 56
6. Jari-Matti Latvala – 37
7. Kris Meeke – 26
8. Ott Tanak – 24
9. Thierry Neuville – 23
10. Eric Camilli – 19
11. Stéphane Lefévbre e Martin Prokop – 10
13. Henning Solberg – 8
14. Elfyn Evans e Marcos Ligato – 6
16. Lorenzo Bertelli e Craig Breen – 4
18. Teemu Sunninen – 3
19. Pontus Tidemand, Esapekka Lappi e Nicolás Fuchs – 2
22. Armin Kremer e Valeriy Gorban – 1

Comentários

  • Legal ver a Citroen andando na frente da VW pelo menos uma vez, e feliz por eles estarem trabalhando para desenvolver um carro que brigue com eles pelas vitórias.

    Acompanha o WRC na época do Loeb, Solberg e Hirvonen, mas depois que mudarm para os hatchs eu perdi o gosto pela categoria, até tentei continuar acompanhando, mas os carros não me cativavam… ai veio o domínio do VW… e tudo ficou chato demais de acompanhar…

    Torço para a Citroen no ano que vem vir com força para equilibrar as forças no WRC, e deixar a coisa mais disputada e emocionante…

    Agora Rodrigo, sei que não tens muito tempo… mas adoraria ler alguma analise sua das etapas do Rallycross Fia;
    T
    enho acompanhado a temporada que está emocionante mas não entendo tanto de ingles para entender os detalhes da categoria e o que se passa nos bastidores. Ela tem crescido muito e com nomes de peso como Loeb – que entrou esse ano, Peter Solberg – bi campeão dela, Ekstrom do DTM, e vários pilotos de ponta. Se um dia tiver um tempinho para nos brindar com seus comentários e analises ficaríamos muito gratos!

  • Muito legal a vitória do Kris Meeke e da Citroën, quebrando ao menos um pouco da hegemonia da Volkswagen.
    Para aqueles que não sabem, em um momento crucial de sua carreira de piloto de rally (ele também é engenheiro mecânico), quando cogitou inclusive abandonar a modalidade por falta de resultados mais expressivos, Meeke obteve duas importantes vitórias no Brasil. Precisamente em 2009 e 2010, no Rally Internacional de Curitiba, válido pelo hoje extinto IRC (Intercontinental Rally Challenge), que nosso país sediou na época, com a presença de importantes nomes do rally europeu, sendo que justo naquela época, depois de muito empenho e dedicação, o piloto irlandês finalmente havia conseguido se tornar piloto oficial de uma marca do grupo PSA, na ocasião junto à Peugeot, ao volante do bem sucedido modelo 207 S2000. Segue uma matéria sobre a última vitória dele em Curitiba:
    http://www.gazetadopovo.com.br/esportes/kris-meeke-vence-o-rally-internacional-de-curitiba-pela-segunda-vez-c5myh47pnislj7arc0s1tzkge