Porsche na frente nos primeiros treinos para as 6h de Austin
RIO DE JANEIRO – Quinta-feira de treinos livres para as 6h de Austin, 6ª etapa do FIA World Endurance Championship: e a Porsche, líder do campeonato com três vitórias consecutivas, abriu o primeiro dia na frente da Toyota. Com o carro #1, o suíço Neel Jani foi o piloto mais rápido do dia, marcando 1’45″860 para os 5,513 km do Circuito das Américas (COTA), que receberá uma prova da categoria pela última vez, já que para o certame bienal, a pista texana foi preterida por Sebring.
Jani foi 0″541 mais rápido que o neozelandês Earl Bamber, este a bordo do carro dos líderes do campeonato. A Toyota ainda ficou dentro do mesmo segundo com pelo menos um carro, já que Kamui Kobayashi conseguiu a terceira posição. No carro #8, que terá Stéphane Sarrazin como substituto do britânico Anthony Davidson, foram testados os ajustes de corrida e o ritmo obviamente foi bem mais alto.
Outra preocupação das equipes é com o calor. A temperatura ambiente esteve próxima dos 35ºC, enquanto na pista os compostos tiveram que suportar mais de 40ºC ao longo do dia. Um fator que pode influenciar nas estratégias, já que haverá o desgaste físico dos pilotos e do equipamento, com uma degradação de pneus calculada em nível superior ao verificado nas 6h do México – e olhem que lá não fazia o calor que faz na capital do Texas.
Na LMP2, Bruno Senna começou com o melhor tempo: o brasileiro da Vaillante Rebellion marcou 1’54″601 na segunda sessão e liderou o 1-2 do time suíço com sede na Grã-Bretanha, já que no carro #13 Mathias Beche ficou logo atrás do sobrinho do tricampeão de Fórmula 1 Ayrton Senna. A G-Drive ficou em terceiro, seguida da Signatech-Alpine Matmut e do #37 da Jackie Chan DC Racing.
Nelsinho Piquet completou 22 voltas nesta quinta-feira e fez 1’57″210 como sua melhor volta no dia. André Negrão andou um pouco mais – foram 25 giros no carro da equipe de Philippe Sinault, virando apenas 0″058 mais lento que o compatriota da Rebellion.
Vencedores nas 6h do México e atuais campeões mundiais de Grã-Turismo, Nicki Thiim e Marco Sørensen cravaram o melhor tempo do dia entre os LMGTE-PRO. O “Dane Train” assistido pelo engenheiro brasileiro Patrick Bandeira de Mello virou em 2’04″023, com diferença de somente 0″017 de um piloto para o outro do #95. Harry Tincknell foi o segundo mais veloz no Ford #67 da Chip Ganassi Racing, seguido por Stefan Mücke no outro carro estadunidense e pelos dois Porsche oficiais de fábrica.
Daniel Serra completou 19 voltas com o Aston Martin #97, que por obrigação contratual apresenta uma pintura diferente nas 6h de Austin. O brasileiro fez o sétimo tempo da divisão e foi o mais rápido de sua tripulação, com o tempo de 2’05″750. Comenta-se no paddock do COTA que esta pode ser a última aparição dele na temporada – espera-se também que não seja a última no WEC.
Para nenhuma surpresa, o português Pedro Lamy teve um ritmo melhor que vários pilotos da classe principal de Grã-Turismo e foi o mais rápido do dia entre os pilotos da LMGTE-AM, com 2’05″935. Ele foi mais de um segundo inteiro melhor que o italiano Matteo Cairoli, que compõe a trinca da equipe Dempsey Racing-Proton, líder do campeonato. Matt Griffin veio a seguir com a Ferrari da Clearwater Racing, seguido por Ben Barker no Porsche da Gulf e com Francesco Castellacci fechando a raia.
Nesta sexta-feira, a programação prevê a realização de mais um treino livre com 1h de duração a partir de 12h de Brasília. A definição do grid começa às 15h05 locais (17h05 de Brasília), com as classes LMGTE-PRO e LMGTE-AM tendo 20 minutos de treino cronometrado, assim como os protótipos das classes LMP1 e LMP2. Para acompanhar o treino, só no site oficial, através de streaming pago – assim como a corrida, marcada para sábado a partir de 14h de Brasília. O Fox Sports só exibirá highlights da etapa do COTA ao longo da semana.
Outra pista praticamente limada do calendário…se bem que o COTA nunca foi um sucesso para o evento do WEC…nos EUA não tem jeito…tem que ser Sebring e sua volta foi um grande acerto.
Sobre os treinos, na P1 tenho a impressão de fatura liquidada em favor dos alemães…a Toyota parece não reunir mais forças para tentar ao menos, repetir 2014, onde também foi derrotada em Le Mans (para a Audi) mas levou o título do WEC.
Ficarei mais atento às brigas na LMP2, onde a Rebellion vem numa grande fase com os dois carros andando muito forte no Mexico e, principalmente na LMGTE Pro…ali certamente terá a maior disputa pelo caneco…eu acho que a briga direta vai ficar entre o #95 da Aston, que vem muito forte e de vitória no Mexico, o #67 da Ganassi, que venceu somente em Silverstone mas é muito consistente e ainda lidera o campeonato na classe e o #71 da AF Corse…os carros da Porsche vem pelas beiradas e não podem ser menosprezados.
Mudando um pouco o foco, mas ainda sobre o WEC, me anima saber que o Brasil volta a ter chances de sediar uma prova, mas neste caso, quem seria o promotor ideal??