8h do Bahrein: mais uma pole da Rebellion no FIA WEC

RIO DE JANEIRO – Mais uma vez o sistema de handicap introduzido para o Mundial de Endurance (FIA WEC) na classe LMP1 fez das suas: a favorita Toyota foi novamente superada, agora nos treinos para as 8h do Bahrein, que acontecem neste sábado a partir de 9h de Brasília – com transmissão ao vivo e com exclusividade do Fox Sports 2.

Os independentes novamente fizeram a festa e a Rebellion Racing comemorou de novo: segunda pole position consecutiva do carro #1, guiado por Bruno Senna e desta vez por Norman Nato (em Xangai fora Gustavo Menezes).

Esta foi a segunda pole do Rebellion #1 na temporada 2019/20 do Mundial de Endurance

A dupla fez o tempo médio de 1’42″979 – e isso porque a melhor volta de Nato foi deletada por abuso de track limits.

“Estou supercontente. Eu não estava esperando esta segunda pole. Achei que teríamos de colocar o segundo jogo de pneus novos. O qualifying não foi exatamente como estávamos esperando. Tivemos de ficar mais tempo que o planejado no pit lane e os pneus dianteiros esfriaram um pouco”, comentou Bruno.

E não foi uma pole das mais fáceis, pois o Ginetta AER biturbo #5 guiado por Ben Hanley e Charlie Robertson andou bem e ficou a apenas 0″144 de levar a primeira pole do Team LNT no ano.

Os dois Toyota foram batidos por, respectivamente, meio segundo e oito décimos, com o #8 conduzido por Brendon Hartley e Kazuki Nakajima superando o #7 com Mike Conway e José María López. Fechando o grid dos LMP1 ficou o Ginetta #6, dentro do mesmo segundo da pole.

De “roupa de missa”, Filipe Albuquerque festeja com Paul Di Resta (centro) e Phil Hanson a conquista da pole para a classe LMP2

A United Autosports tornou-se a sétima equipe diferente nas últimas sete provas do Mundial de Endurance a faturar a pole na LMP2 – e também a vigésima equipe na história da competição, desde 2012, a largar na frente na categoria inferior de Esporte-Protótipos.

Com uma ótima volta (recorde) de Paul di Resta e o bom trabalho do jovem Phil Hanson, o carro #22 ficou à frente da concorrência com a média de 1’45″357, superando por quase três décimos a Jackie Chan DC Racing, mais uma vez com boa performance em qualificação graças a Will Stevens e Gabriel Aubry.

Em terceiro ficou a G-Drive Racing com seu Aurus 01 – que não marca pontos para o campeonato. Job Van Uitert e Jean-Éric Vergne bateram o Team Jota Sport e a Cool Racing, que vieram nas posições seguintes.

Quem não foi bem mesmo foi a Signatech Alpine Elf: na primeira parte do treino, André Negrão não encaixou uma boa volta e depois o francês Pierre Ragues cometeu alguns erros, incluindo uma rodada e uma volta deletada por abuso de track limits. O carro #36 ficou apenas em sétimo na classe e 12º no grid.

Mais uma pole dos Porsches na LMGTE-PRO, desta vez com Bruni e Lietz

A Porsche deitou e rolou na LMGTE-PRO: dobradinha e terceira pole seguida do construtor alemão na temporada. Gianmaria Bruni e Richard Lietz fizeram as honras, batendo Michael Christensen e Kévin Estre, os atuais campeões do mundo, por apenas sessenta milésimos de segundo.

Registre-se que a volta de Bruni na qualificação é o novo recorde da categoria para a pista de Sakhir – 1’55″342.

As duas Ferrari da AF Corse não puderam com os Porsches e tampouco os Aston Martin – inclusive o #97 teve seu tempo (o de Maxime Martin) deletado por track limits. Terão de largar do fim da fila dos carros de Grã-Turismo.

O Team Project 1 já perdeu uma pole na vistoria técnica e não quer ser surpreendido de novo agora no Bahrein

Os 911 RSR deram as cartas também na LMGTE-AM: mesmo após rodar três vezes nos treinos livres, Ben Keating não cometeu e erros e levou o #57 do Team Project 1 à pole junto ao jovem colega holandês Larry ten Voorde. A média deles foi de 1’57″602, pouco mais de cinco décimos melhor que o Porsche #88 da Dempsey Racing-Proton – que herdou o 2º lugar com a eliminação do tempo de Thomas Flöhr, companheiro de equipe de Giancarlo Fisichella no #54 da AF Corse.

Menos mal que a outra Ferrari da equipe italiana salvou a terceira posição da divisão, com direito a recorde obtido por Nicklas Nielsen, batendo o segundo Porsche do Team Project 1 e o #86 da Gulf Racing.

Estarei nos comentários e análises da transmissão das 8h do Bahrein junto ao mestre Edgard Mello Filho, com Thiago Alves na narrativa. Assistam! Conto com a audiência de vocês neste sábado!

Comentários

  • Não vai demorar para a Toyota reclamar por algum BoP adicional porque, acho que agora já devem estar pensando: “Estão deixando a Rebellion sonhar…”
    Pelo que vimos nas 4h de Shanghai a diferença está na velocidade de reta, então, se mantivermos este cenário, o carro da Rebellion pode chegar como favorito numa 24h de Le Mans.
    Ginetta também evolui a cada etapa, precisando sobretudo resolver a questão da falta de confiabilidade mecânica dos carros. Veremos como se comportarão nesta prova de 8h.

  • Em Le Mans o sistema de E.o.T não será igual ao das outras etapas,o WEC fez isso justamente para evitar essa disparidade,em Le Mans outro sistema será usado para dar equilíbrio a competição.

    • Em Le Mans o EoT não será aplicado da forma como é visto nas outras provas do campeonato. Lá ninguém vai querer ver um não-oficial dar pau na Toyota.

  • Além de tudo, fazer algumas voltas mais rápidas é uma coisa, ganhar uma prova de endurance é bem diferente…
    O último P2 a ganhar acho que foi a Porsche Spyder da Penske, ou teve outro Rodrigo Mattar??

  • A Toyota está 3s mais lenta que em 2017.

    Esse sistema de equalização do WEC deu uma forçada. Tipo uma Cota para equipes privadas.

    Não vale muito a pena uma equipe de fábrica ser praticamente obrigada a tomar pau, mesmo tendo orçamento bem maior que as equipes privadas.