ROAR Before The Rolex 24: somente 40 carros nos testes

RIO DE JANEIRO – Desde 2014, quando houve a unificação entre American Le Mans Series e Grand-Am, a IMSA não vivia um momento tão de baixa quanto a inscritos para as 24h de Daytona. O total de carros anunciados – apenas quarenta – é disparado o menor para a tradicional prova da Flórida em muito tempo – sete unidades menor que em 2019, é bom lembrar.

Muito disso se deve ao fim de alguns programas: a CORE Autosport vazou da DPi e deixou de fora a Nissan entre os protótipos e a Ford também se retirou – o que deixa a Chip Ganassi Racing, várias vezes vencedora da tradicional corrida da Flórida, de fora após 16 anos consecutivos.

São os exemplos mais importantes, sem contar outras equipes que não repetem a experiência deste ano e outras que preferem optar por um programa menos custoso, como as provas do IMSA Weathertech Sprint Cup.

Ainda assim, há contrapartidas, como o crescimento exponencial do grid entre os protótipos LMP2 e também o bom número de carros da GTD. As classes Pro-Am respondem pelo total de 25 dos 40 inscritos.

A classe principal – DPi – ficou restrita a apenas oito carros em Daytona, dos quais sete, em princípío, são full season. A saber: três Cadillac DPi, dois Acura do Team Penske e os dois Mazda do Team Joest. A JDC-Miller optou por ter um carro a tempo inteiro e o outro inscrito apenas no IMSA Michelin Endurance Cup – por enquanto.

Quatro brasileiros figuram na lista de entradas na classe principal: os vice-campeões de 2019 Pipo Derani e Felipe Nasr, que terão a companhia de Mike Conway e Filipe Albuquerque no #31 da Whelen Engineering/AX Racing; Hélio Castroneves no #7 do Acura Team Penske junto a Ricky Taylor e Alexander Rossi; e Matheus Leist com Juan Piedrahita e Chris Miller no #85 da JDC-Miller Motorsports.

A LMP2 ganha corpo para 2020 por conta da adoção de um regulamento que obriga as equipes a inscrever um piloto bronze em todas as etapas (pilotos de graduação Platina são proibidos nas demais corridas, exceto Daytona). Isto animou equipes como a DragonSpeed a fazer o campeonato completo.

O total de sete bólidos deverá ser visto apenas nas provas de longa duração: não se sabe se a PR1/Mathiasen Motorsports fará o campeonato inteiro com dois carros e a Starworks será vista somente no IMSA Michelin Endurance Cup.

Tanto na Europa quanto nos EUA, o grid tem uma alcateia de protótipos franceses da Oreca. O único “bastardo” é o Riley MK30 da Rick Ware Racing, equipe que corre também na Nascar e no Asian Le Mans Series.

Na GTLM, serão apenas três equipes e seis carros a tempo inteiro, com a Risi Competizione marcando presença nas 24h de Daytona (pelo menos) com um timaço que conta, entre os pilotos anunciados, com o novo representante de fábrica da Ferrari: o tricampeão brasileiro de Stock Car Daniel Serra, que terá a companhia de Ale Pier Guidi, James Calado e Davide Rigon.

Augusto Farfus volta à prova da Flórida com a equipe BMW. Ele será um dos parceiros de John Edwards e Jesse Krohn no carro #24, que terá também o “aussie” Chaz Mostert.

Outras novidades são a estreia da versão 2019 do Porsche 911 RSR, vista até agora apenas no WEC e o Corvette C8.R, que causou estardalhaço ao romper conceitos dos modelos anteriores.

A GTD é uma atração à parte para as 24h de Daytona. Quinze das 18 tripulações estão praticamente fechadas, o plantel conta com nada menos que nove fabricantes diferentes – incluindo a estreia do novo modelo Aston Martin: o Vantage AMR corre a temporada completa pela The Heart of Racing e veremos ainda outro carro com o piloto-cliente Paul Dalla Lana.

E teremos também ninguém menos que o bicampeão da Nascar Kyle Busch, bem como o fera do Supercars australiano Shane Van Gisbergen, ambos pela AIM Vasser Sullivan.

O campeonato terá ainda o time 100% feminino, agora de Lamborghini, com a presença de Bia Figueiredo nas quatro corridas longas da temporada. E o oitavo brasileiro na prova da Flórida deve ser Felipe Fraga: já assinado com a GruppeM para o Intercontinental GT Challenge, antes de Bathurst ele deve fazer Daytona com a equipe Mercedes-AMG Riley Team Robinson.

Os testes acontecerão entre os dias 3 e 5 de janeiro, como preparação para as 24h de Daytona, devendo servir também para a finalização da lista de inscritos, já que muitas equipes ainda têm vagas em aberto para a prova inaugural da temporada 2020.

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