Thierry Neuville vence Rally de Monte-Carlo

RIO DE JANEIRO – A temporada 2020 do World Rally Championship (WRC) teve início com a disputa do histórico Rally de Monte-Carlo. Disputada em sua 88ª edição, a prova teve todos os ingredientes que a permeiam ao longo de quatro dias (o evento é o único do calendário com especiais numa quinta-feira, à noite) em 16 trechos cronometrados: muito frio, gelo à margem do traçado e, pior ainda, a fina camada de água que congela sobre o asfalto, deixando-o como se fosse gelo negro.

Isso não foi empecilho para que Thierry Neuville e Nicolas Gilsoul chegassem à vitória – a primeira deles na trajetória da dupla no WRC. Os belgas tiveram desempenho muito sólido ao longo das etapas e no domingo, o piloto da Hyundai conseguiu não só manter Sébastien Ogier sob controle como ampliar sua vantagem, encerrando o Rally com 12 segundos de vantagem.

“Tivemos um sentimento muito bom nestes últimos dias. Conseguimos recuperar e chegar a tempo da vitória. Estávamos à procura desta vitória faz muito tempo e mostramos a nossa performance neste fim de semana. É um excelente começo de temporada.”

O mais legal do Rally de Monte-Carlo é que existiu algum equilíbrio entre as três marcas com equipes oficiais. Não só a Hyundai foi bem: a Toyota esteve forte com suas novas formações e a Ford, com Teemu Suninen e Esapekka Lappi teve bom desempenho.

A lamentar o impressionante acidente de Ott Tänak/Martin Jarvejöja, na estreia da dupla estoniana pela Hyundai. Num trecho muito rápido, o i20 dos atuais campeões mundiais saiu do traçado, decolou de forma assustadora e sofreu uma série de capotagens – e milagrosamente, piloto e copiloto saíram do carro destruído sem qualquer arranhão!

É claro que foi impossível a eles seguir no evento, mas só de vê-los de pé após um acidente feito este, é um milagre.

Falando em Toyota e novas formações, o construtor japonês não sai de mãos abanando da estreia. Sébastien Ogier/Julien Ingrassia ficaram com o 2º lugar e Elfyn Evans/Scott Martin com a terceira colocação – e registre-se que a dupla britânica deu trabalho a Neuville/Gilsoul, liderando parcialmente a classificação, mas perdendo posições até o final.

“Não posso ainda fazer o que quero com o carro”, justificou-se o galês.

Quem teve performance decepcionante foi a dupla veterana e multicampeã formada por Sébastien Loeb/Daniel Elena. Os franceses cometeram um rosário de erros que comprometeram o resultado final. Acabaram em 6º lugar, atrás do Ford de Esapekka Lappi/Janne Ferm e de Kalle Rovanperä/Janne Halttunen, que tiveram excelente estreia pela Toyota.

Takamoto Katsuta ficou um pouco aquém do ritmo dos adversários, mas levou um quarto modelo Yaris ao 7º lugar e aos primeiros pontos da temporada 2020, seguido por Teemu Suninen. Só esses oito entre os pilotos da chamada “Prioridade 1” terminaram o Rally no top 10.

A nona posição ficou com Eric Camilli/François-Xavier Buresi, agora competindo no WRC3 (a nova denominação para os carros do WRC2 sem vínculo com fábricas). Isto posto, no WRC2 propriamente dito, ganharam Mads Østberg/Torstein Eriksen, que beliscaram o último ponto da geral.

Para os brasileiros Paulo “Palmeirinha” Nobre/Gabriel Morales, foi um Rally a se esquecer. Eles tiveram vários problemas, se acidentaram duas vezes e finalizaram a competição em antepenúltimo entre 73 carros que terminaram – de um total de 88 inscritos. E é lógico que não marcaram nenhum ponto na classificação do campeonato.

A próxima etapa do calendário será o Rally da Suécia, agora em fevereiro.

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