Os sete homens da Peugeot

RIO DE JANEIRO – Pode parecer exagero – e será – para muitos. Mas a Peugeot, nesta segunda-feira, apresentou a turma acima na ilustração como “os sete magníficos” para a temporada 2022 do Campeonato Mundial de Endurance (FIA WEC), marcando o retorno dos franceses à competição de provas longas – da qual estão ausentes desde 2011 quando estiveram no embrião do Mundial, o Intercontinental Le Mans Cup (ILMC) – e também ao palco de três vitórias num clássico das corridas de resistência: as 24h de Le Mans.

Para o ataque à Toyota a partir do próximo ano, os franceses terão este plantel aí acima, escolhido primeiro de um total de 40 a 50 nomes elencados pelos ‘cabeças’ do projeto, Jean-Marc Finot e Olivier Jansonnie. Desses nomes, reduziram as possibilidades a 12 e hoje, foram anunciados oficialmente. A decisão já tinha sido feita, aliás, após setembro último.

Foram levados fatores em consideração: espírito de equipe, o desafio de um novo projeto e principalmente velocidade e gestão de equipamento, que serão importantes na nova regra dos Hypercars. A Peugeot desenvolve um LMH com câmbio elétrico e sistema híbrido que será impulsionado a partir de 120 km/h, dando 200 kW extras ao carro.

A mescla de pilotos é tão interessante quanto pode supor e suscita algumas dúvidas que caberão a posteriori: por que não optar por dois pilotos que estão em alta conta não só no Endurance como também na própria Peugeot e nos grupos ligados à PSA? Em minha opinião, pode ter sido um erro abrir mão de nomes como Antônio Félix da Costa e Filipe Albuquerque.

Mas enfim… eles é que sabem o que estão fazendo e o sexteto titular mescla três pilotos com passagem pela Fórmula 1 e todos, sem nenhuma exceção, têm experiência em provas longas  – a despeito de um deles ter começado na modalidade há bem pouco tempo. Mas Kevin Magnussen, 28 anos, sete temporadas na categoria máxima por McLaren, Renault e Haas pode ser qualquer coisa. Menos bobo.

Como também não o é o jovem Mikkel Jensen, compatriota de Magnussen. Com velocidade de sobra, ele impressionou a bordo de protótipos LMP3 e LMP2 e terá a grande chance da carreira em 2022, o que certamente levará à loucura a horda de nórdicos que invade todos os anos o Circuit de la Sarthe.

Filho de brasileiros, o estadunidense Gustavo Menezes é o outro “young gun” do time, tendo optado por um viés menos ortodoxo que a maioria dos jovens aspirantes à Fórmula 1. Percebeu rápido que ali não teria vez, direcionou suas armas às provas longas e saiu-se bem defendendo Alpine e Rebellion. Estará na Glickenhaus este ano e em 2022 junta-se à esquadra francesa.

A experiência fica por conta de dois pilotos da casa e também um escocês que mostrou serviço em várias categorias: os franceses Jean-Eric Vergne e Loïc Duval, mais Paul Di Resta, são rodados o bastante para não se deixar levar por pressões. Vergne, inclusive, confirmou que estará em paralelo com o projeto DS Techeetah na Fórmula E também em 2022.

Na live de hoje, Duval teve sua participação gravada e não estava em tempo real junto aos futuros colegas. Diz ter ‘contas a acertar’ e uma ‘história inacabada’ com a Peugeot. De fato, em 2010 a marca francesa tinha tudo para vencer e um carro melhor que a Audi. Mas todos os 908, tanto os oficiais quanto o carro da Oreca, quebraram. Deu Audi, na cabeça…

E Loïc é o único com vitória na geral na clássica prova francesa – ironicamente, pela Audi, em 2013.

Já Di Resta vem com a bagagem de quem andou bem na United Autosports no certame 2019/20 do WEC (com vitória em Le Mans), afora títulos no DTM e na Fórmula 3 e uma razoável trajetória na F1 com 59 GPs disputados por Force India e Williams. O sétimo nome do time é também britânico: o veterano James Rossiter, que correu de um tudo na carreira e foi piloto de testes de BAR, Honda e Force India, sem contar passagens pela Fórmula 3, automobilismo dos EUA, Europa e Japão, além de competir no WEC e Le Mans, fará o papel de reserva dos seis titulares, trabalhando também em testes com simuladores e no desenvolvimento dinâmico de pista.

Comentários

  • Olha, é um time muito interessante por conta das mesclas, seja de experiência e idade ou mesmo de categorias, sobretudo por conter um piloto recém saído da F1, um campeão da FE e um campeão do WEC e Le Mans.
    A conferir.