WRC: Rovanpërä vence o Rally de Portugal e some na liderança do mundial

RIO DE JANEIRO – A presença de Sébastien Loeb e Sébastien Ogier, as duas lendas vivas do Rally de Velocidade, poderia muito bem intimidar ao finlandês Kalle Rovanpërä. Mas o piloto da Toyota deu de ombros para a História – assim mesmo, em maiúsculo – e caminha para fazer a própria dentro da modalidade.

Com uma atuação exemplar, Kalle venceu pela terceira vez seguida em 2022. Após os triunfos na Suécia e Croácia, ele ganhou no fim de semana o Rally de Portugal, quarto evento do WRC e disputado na região de Matosinhos, no Porto, com 338, 34 km de trechos cronometrados e distribuídos em 21 provas especiais.

Mas não foi tão fácil quanto supõe vencer consecutivamente três de quatro eventos – o primeiro foi ganho por Loeb em Monte-Carlo com a navegadora Isabelle Galmiche – porque nos primeiros dias um dos outros pilotos oficiais da montadora oriental, o galês Elfyn Evans, atual vice-campeão da categoria, foi uma oposição duríssima, liderando os dois primeiros dias de provas especiais. Apenas no sábado o finlandês pegou a ponta do Rally de Portugal e daí pra diante, não largou mais. Venceu com pouco mais de 15 segundos de margem. E Rovanpërä ainda foi o melhor no Power Stage, fazendo os 30 pontos possíveis auferidos ao vencedor da geral e do último estágio.

A Toyota poderia ter feito 1-2-3 não fosse um pequeno detalhe: Dani Sordo. O espanhol voltou para a primeira prova de sua última temporada como piloto no WRC e de forma incrível, com o 2º melhor tempo no Power Stage, superou o japonês Takamoto Katsuta por dois segundos e um décimo.

Num gesto de grandíssimo espírito esportivo, Sordo consolou o adversário que perdera o pódio por muito pouco. “Não fique triste. Seu futuro aqui é enorme”, afirmou o catalão da Hyundai.

Aliás, com Loeb fora de esquadro já no primeiro dia e Ogier tendo terminado num distantíssimo 51º posto geral, sem pontuar, ninguém foi realmente páreo para os pilotos Toyota – exceto Sordo na briga pelo pódio. Thierry Neuville não foi além da 5ª posição e Ott Tänak chegou na sequência.

O melhor piloto Ford, com o abandono de Loeb, foi – acreditem – Pierre-Louis Loubet, que fez jus aos seus seis primeiros pontos no campeonato. Outro piloto da M-Sport que deu adeus à zica inicial dos eventos passados foi Adrien Fourmaux, marcando igualmente presença na tabela com o 9º lugar. Entre eles, um apagado Craig Breen.

No WRC2, Yohan Rossel fez jus à vitória e ao 10º posto geral, somando mais um na tabela principal do Mundial do WRC entre os pilotos. Kajetan Kajetanowicz foi o 2º colocado e Chris Ingram completou o pódio. Dois pilotos locais ficaram bem classificados na geral e na classe: Armindo Araújo, o melhor português da modalidade, foi quinto no WRC2 e 14º no agregado. Logo atrás, chegou Ricardo Teodósio, que inclusive fez carreira internacional em monopostos no início de sua trajetória no automobilismo.

Paulo Nobre e Gabriel Morales disputaram o Rally de Portugal, mas sequer figuraram na zona de pontuação.

A 5ª etapa do campeonato será o Rally da Itália, na região sarda de Alghero, com 308,63 km previstos de trechos cronometrados e 21 especiais.

Classificação final do Rally de Portugal:

1 – Rovanpera-Halttunen (Toyota GR Yaris Rally1) – 3h44’19″2
2 – Evans-Martin (Toyota GR Yaris Rally1) – 15″2
3 – Sordo-Carrera (Hyundai i20N Rally1) – 2’17″3
4 – Katsuta-Johnston (Toyota GR Yaris Rally1) – 2’19″4
5 – Neuville-Wydaeghe (Hyundai i20N Rally1) – 2’37″8
6 – Tanak-Jarveoja (Hyundai i20N Rally1) – 4’45″7
7 – Loubet-Landais (Ford Puma Rally1) – 5’52″1
8 – Breen-Nagle (Ford Puma Rally1) – 7’03″4
9 – Fourmaux-Coria (Ford Puma Rally1) – 8’09″6
10 – Rossel-Sarreaud (Citroen C3 WRC2) – 13’48″9

Classificação do campeonato após quatro etapas:

1. Kalle Rovanpërâ – 106 pontos
2. Thierry Neuville – 60
3. Takamoto Katsuta – 38
4. Ott Tänak – 37
5. Elfyn Evans – 36
6. Craig Breen – 34
7. Sébastien Loeb – 27
8. Gus Greensmith – 20
9. Sébastien Ogier e Dani Sordo – 19
11. Esapekka Lappi – 15
12. Andreas Mikkelsen – 12
13. Oliver Solberg – 8
14. Yohan Rossel – 7
15. Pierre-Louis Loubet – 6
16. Kajetan Kajetanowicz e Ole Christian Veiby – 4
18. Emil Lindholm – 3
19. Erik Cais, Jari Huttunen, Adrien Fourmaux e Nikolay Gryazin – 2
23. Egon Kaur – 1

Comentários

  • Caro Rodrigo,
    tá meio na cara que o campeonato está já com seu destino traçado, exceto se ocorrer alguma hecatombe.
    O moleque tem pedigree e pé pesado!
    Ah, foi muito bom te ouvir comentando o Endurance Brasil em Interlagos! Espero que seja presença constante.
    Abraços