‘Trifeta’ inédita da Hyundai no WRC

RIO DE JANEIRO – Por opção do blogueiro, não atualizei o conteúdo deste espaço nos últimos dias, mas hoje vamos lá… no fim de semana passado, o Mundial de Rally esteve na Grécia para a décima etapa da temporada: o Rally da Acrópole foi realizado em 16 trechos especiais, perfazendo pouco mais de 300 km cronometrados.

E pela primeira vez no WRC, o construtor Hyundai estabeleceu 100% do pódio, o que no jargão do turfe incorporado ao automobilismo chamamos de ‘trifeta’. Vitória de Thierry Neuville, a primeira dele neste ano na dupla com o navegador Martjin Wydaeghe, seguido por Ott Tänak com o parceiro Martin Jarvejoja, enquanto Dani Sordo, com Carlo Carrera de copiloto, completou o pódio da marca sul-coreana.

Contudo, a vitória da Hyundai não foi somente flores: no primeiro triunfo sob o comando de Julien Moncet, o substituto de Andrea Adamo na chefia do time, optou-se por ‘congelar’ as posições, o que pode custar muito caro a Tänak. O estoniano poderia descontar mais sete pontos em relação ao líder Kalle Rovanperä, da Toyota – 15º colocado na geral depois de um evento cheio de problemas e que o finlandês salvou quatro pontos extras do Power Stage, a última especial. A diferença que poderia ser de 46 pontos está em 53 (207 a 154). É difícil ainda o caminho para Tänak virar o jogo e ser bicampeão. Mas não é impossível, faltando as etapas da Nova Zelândia, Catalunha e Japão, pela ordem.

Com o abandono de Elfyn Evans, a Ford salvou-se de mais um desastre: aliás, Sébastien Loeb, o multicampeão da modalidade, voltou numa quarta participação com a M-Sport de Malcolm Wilson e chegou provisoriamente a liderar o evento após o sábado. Mas a manhã de domingo reservaria uma péssima surpresa ao francês e à navegadora Isabelle Galmiche: uma falha terminal de alternador acabou com a possível vitória de Loeb, que seria a segunda dele neste ano.

Quem salvaram a honra do construtor de Detroit foram Pierre-Louis Loubet, que era 2º geral após o segundo dia e caiu para quarto, com a melhora considerável dos rivais da Hyundai nos últimos trechos e Craig Breen, que ficou em quinto. A Toyota também teve um fim de semana para se esquecer  – Esapekka Lappi vinha bem e acabaria em 22º. Rovanperä, como já citado, ficou fora do top 10 pela segunda vez seguida e Evans desistiu. Sobrou Takamoto Katsuta, que fechou a prova em sexto, mantendo-se em 5º na tabela.

Nas posições seguintes até o décimo posto geral, vieram os WRC2: Emil Lindholm e Reeta Hämalainen subiram da décima para a sétima posição com os problemas da turma de cima, somando mais seis pontos na geral do WRC com o Skoda Fabia – e em dobradinha, pois Nikolay Gryazin repetiu o resultado alcançado na Itália e fez seu quinto top 10 no campeonato.

O cipriota Alexandros Tsolouftas inscreveu seu nome nos compêndios e fez os primeiros pontos no WRC, dispondo de um Volkswagen Polo com que terminou em 3º no WRC2, graças ao infortúnio de Teemu Suninen, com um Hyundai. A desistência do nórdico deu a Eyvind Brynildsen, em mais um Skoda, a chance de igualmente marcar o primeiro ponto dele na classificação geral do Mundial de Rally.

Resultado do Rally Acrópole:

1 – Neuville-Wydaeghe (Hyundai i20N Rally1) – 3h34’52″0
2 – Tanak-Jarveoja (Hyundai i20N Rally1) – 15″0
3 – Sordo-Carrera (Hyundai i20N Rally1) – 1’49″7
4 – Loubet-Landais (Ford Puma Rally1) – 3’42″2
5 – Breen-Nagle (Ford Puma Rally1) – 4’09″0
6 – Katsuta-Johnston (Toyota GR Yaris Rally1) – 6’21″1
7 – Lindolm-Hamalainen (Skoda Fabia WRC2) – 7’46″6
8 – Gryazin-Aleksandrov (Skoda Fabia WRC2) – 8’22″7
9 – Tsouloftas-Whittock (Volkswagen Polo WRC2) – 10’53″8
10 – Brynildsen-Eilertsen (Skoda Fabia WRC2) – 10’56″7

Classificação do campeonato após a 10ª etapa:

1. Kalle Rovanperä – 207 pontos
2. Ott Tänak – 154
3. Thierry Neuville – 131
4. Elfyn Evans – 116
5. Takamoto Katsuta – 100
6. Craig Breen – 77
7. Esapekka Lappi – 58
8. Dani Sordo – 49
9. Gus Greensmith – 36
10. Sébastien Loeb – 35
11. Sébastien Ogier – 34
12. Pierre-Louis Loubet – 30
13. Andreas Mikkelsen – 25
14. Oliver Solberg – 21
15. Emil Lindholm – 14
16. Yohan Rossel e Nikolay Gryazin – 11
18. Adrien Fourmaux – 9
19. Stéphane Lefevbre – 8
20. Jourdan Seideridis e Kajetan Kajetanowicz – 6
22. Jari Huttunen – 5
23. Ole Christian Veiby – 4
24. Chris Ingram, Erik Cais, Teemu Suninen, Jan Solans, Alexandros Tsolouftas e Egon Kaur – 2
30. Eyvind Brynildsen – 1

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