Rovanperä reescreve a história no WRC

RIO DE JANEIRO – Um novo campeão – literalmente – foi consagrado este fim de semana no Rally da Nova Zelândia, antepenúltima de um total de 13 etapas do calendário de 2022. Dominante nesta temporada, a primeira da Era Híbrida do WRC, o Mundial de Rally, Kalle Rovanperä é o mais jovem campeão de sempre da modalidade.

Aos 22 anos, o finlandês supera o antigo recorde do lendário Colin McRae, vitorioso pela primeira vez em 1995, quando o escocês tinha 27 anos e 89 dias de vida. Rovanperä levou seu país de volta ao panteão de títulos desde Marcus Gronholm em 2002 e tornou-se o primeiro nórdico campeão desde Petter Solberg, em 2003.

E a conquista veio em grande: Kalle e seu copiloto Jonne Halttunen atacaram no fim e fizeram a pontuação máxima do evento deste fim de semana, apenas para não deixar dúvidas de quem tinha a melhor performance até este momento do campeonato. Uma conquista esperada e que já se desenhava desde o início, quando o piloto emplacou três vitórias consecutivas – e nem mesmo a reação da Hyundai impediu um título merecido de Rovanperä – e uma conquista para Jari-Matti Latvala, alçado ao posto de diretor esportivo da Toyota Gazoo Racing WRC.

Rovanperä bateu por pouco mais de 34 segundos o multicampeão e tam´bém lenda do WRC Sébastien Ogier, que roubou importantes pontos de Ott Tänak nesta antepenúltima rodada. O estoniano ainda dependia de si e de resultados do rival líder da classificação para tentar adiar ao máximo a decisão: não conseguiu.

Como prêmio de consolação, sobrou a Tänak o pódio na Nova Zelândia, seguido por Thierry Neuville e Oliver Solberg, seus companheiros na equipe do construtor Hyundai.

Com o modelo do fabricante sul-coreano, mas no WRC2, Hayden Paddon reapareceu e com força: o neozelandês, profundo conhecedor dos trechos cronometrados, teve soberba atuação e venceu na divisão com um espetacular 6º posto geral, melhor que Lorenzo Bertelli – em seu melhor resultado do ano e com uma performance bastante boa no Ford Puma, salvando pontos para o construtor de Detroit – Craig Breen começou bem, mas acabou apenas em 19º e Gus Greensmith retirou-se da disputa.

Nas demais posições, Kajetan Kajetanowicz fez o bastante para entrar no top 10 geral pela terceira vez em cinco oportunidades e reduzir para 13 pontos a margem em relação ao líder da subclasse, o norueguês Andreas Mikkelsen.

A grande surpresa – mas não muito – foi o nono posto do excepcional Shane Van Gisbergen, que não precisa provar mais nada para se solidificar como um dos grandes pilotos de seu país na história do esporte. O homem acelera demais e é monstruoso seja em asfalto ou na terra. Com um Skoda Fabia, alcançou dois pontinhos somados na classificação do Mundial de Rally, deixando o australiano Harry Bates a completar os dez primeiros na geral.

A próxima etapa é o Rally da Catalunha, entre 20 e 23 de outubro.

Resultado final do Rally da Nova Zelândia:

1 – Rovanpera-Halttunen (Toyota GR Yaris Rally1) – 2h48’01″4
2 – Ogier-Veillas (Toyota GR Yaris Rally1) – 34″6
3 – Tänak-Jarveoja (Hyundai i20N Rally1) – 48″5
4 – Neuville-Wydaeghe (Hyundai i20N Rally1) – 1’58″8
5 – Solberg-Edmondson (Hyundai i20N Rally1) – 3’55″3
6 – Paddon-Kennard (Hyundai i20N WRC2) – 10’03″7
7 – Bertelli-Granai (Ford Puma Rally1) – 10’39″0
8 – Kajetanowicz-Szczepaniak (Skoda Fabia WRC2) – 12’36″8
9 – Van Gisbergen-Weston (Skoda Fabia WRC2) – 13’28″8
10 – Bates-McCarthy (Skoda Fabia WRC2) – 16’51″6

Classificação do campeonato após a 11ª etapa:

1. Kalle Rovanperä (campeão por antecipação) – 237
2. Ott Tänak – 173
3. Thierry Neuville – 144
4. Elfyn Evans – 116
5. Takamoto Katsuta – 100
6. Craig Breen – 77
7. Esapekka Lappi – 58
8. Sébastien Ogier – 55
9. Dani Sordo – 49
10. Gus Greensmith – 36
11. Sébastien Loeb – 35
12. Oliver Solberg – 33
13. Pierre-Louis Loubet – 30
14. Andreas Mikkelsen – 25
15. Emil Lindholm – 14
16. Yohan Rossel e Nikolay Gryazin – 11
18. Kajetan Kajetanowicz – 10
19. Adrien Fourmaux – 9
20. Hayden Paddon e Stéphane Lefevbre – 8
22. Jourdan Seideridis e Lorenzo Bertelli – 6
24. Jari Huttunen – 5
25. Ole Christian Veiby – 4
26. Chris Ingram, Erik Cais, Teemu Suninen, Jan Solans, Alexandros Tsolouftas, Shane Van Gisbergen e Egon Kaur – 2
33. Eyvind Brinyldsen e Harry Bates – 1