WRC: dobradinha Hyundai na última do ano e vice é de Tänak

RIO DE JANEIRO – Com o título do Mundial de Rally (WRC) decidido antecipadamente na Nova Zelândia, duas provas antes do fim do calendário, as etapas finais na Catalunha e Japão – esta última neste fim de semana, foram pró-forma para Kalle Rovanperä, consagrado campeão. Mas não para a Hyundai, que tinha de administrar internamente a guerra pelo vice entre Ott Tänak, que recém-assumiu seu desligamento do construtor sul-coreano para 2023 e o belga Thierry Neuville.

Este último, na copilotagem de Martjin Wydaeghe, venceu a 13ª e última etapa da temporada. Com 965 km totais e 283, 27 km de trechos cronometrados, o Rally do Japão foi disputado totalmente em estradas de asfalto e 19 provas especiais, entre as localidades de Toyota e Ena, com base em Nagoya. E o evento não passou incólume de problemas: três das 19 especiais previstas acabaram canceladas.

A Toyota, já campeã tam´bem de construtores, dominou a maioria das dezesseis especiais cumpridas, primeiro com Sébastien Ogier, depois até com Rovanperä e principalmente com Elfyn Evans, que liderou à geral até o SS12. A partir daí, Neuville e Wydaeghe pegaram a liderança geral e não mais saíram dela.

O triunfo foi em dobradinha pois Ott Tänak e o copiloto Martin Jarvejoja chegaram em 2º a 1min11seg1 dos colegas de esquadra. Foi uma pequena vingança da Hyundai em poder triunfar na terra da principal rival do WRC, embora o gosto de mais uma derrota entre os fabricantes seja bastante amargo. Tänak foi o vice da temporada, uma vez que a vitória de Neuville – a segunda nas últimas quatro etapas – não foi suficiente o bastante para neutralizar a diferença de pontos que lhes separava e acabaria em 12 – 205 a 193.

A Hyundai passou também por um tremendo susto quando Dani Sordo, em sua aparente despedida como piloto permanente do WRC – eventualmente ele poderá voltar em algumas corridas no futuro, não duvidem – teve o seu i20 N Rally 1 completamente consumido por um incêndio assustador que destruiu absolutamente o carro inteiro no SS3. O espanhol e o navegador Cándido Carrera felizmente escaparam ilesos.

Dessa forma, a Toyota acabaria com o 3º lugar geral graças não a Rovanpëra, Ogier ou Evans, mas sim ao local Takamoto Katsuta, igualando o resultado do Quênia no Rally Safari. Com dois pódios, o japonês fecha o ano numa razoável quinta posição.

Ogier, que esteve presente em seis eventos e venceu na etapa passada, na Espanha, ficou em quarto. Com Benjamin Veillas indisponível para este evento, foi chamado Vincent Landais, navegador de Pierre-Louis Loubet, que não foi à última etapa.

Após a despedida de Paul Nagle da copilotagem, Craig Breen estreou a parceria com outro irlandês, James Fulton. Apesar de um modesto 24º lugar geral, a dupla conseguiu os pontos do melhor tempo na última especial, o Power Stage.

Correndo no modo ‘festa’, Rovanperä e seu navegador Jonne Halttunen terminaram em 12º, com Elfyn Evans despencando da dianteira para o quinto posto e a 6ª colocação foi de Gus Greensmith, que não pontuava havia quatro etapas. Foi mais um ano de desilusões para a Ford M-Sport, em que pese a vitória de Sébastien Loeb, a lenda, em Monte-Carlo.

Daí pra diante, só deu carros do WRC2 no top 10 e o título mundial decidiu-se em favor de Emil Lindholm na parceria com uma navegadora, a também finlandesa Reeta Hammalainen. O 3º lugar na classe e o nono posto geral deram à dupla o campeonato, pois Andreas Mikkelsen já tinha cumprido sua cota de sete eventos e Lindholm, não.

Grégoire Munster, do Grão-Ducado de Luxemburgo, venceu a divisão e foi 7º geral junto a Louis Louka. A dupla andou muito bem nos trechos molhados de asfalto, superando Teemu Suninen/Markko Markula, além dos novos campeões.

Por fim, estreando em Mundiais de Rally, o antigo piloto de Fórmula 1 e do Super GT japonês Heikki Kövalainen figurou nos compêndios com o décimo posto geral, fechando junto ao paraguaio Fabrizio Zaldivar, que fez com um  carro do regulamento WRC2 um impressionante quinto posto no Power Stage final (mas não mais incrível que o 2º posto do veterano italiano Mauro Miele, 66 anos, na última prova cronometrada), o ranking de 38 pilotos figurantes na classificação final da temporada de 2022 do WRC.

Resultado final do Rally do Japão:

1 – Neuville-Wydaeghe (Hyundai i20N Rally1) – 2h43’52″3
2 – Tanak-Jarveoja (Hyundai i20N Rally1) – 1’11″1
3 – Katsuta-Johnston (Toyota GR Yaris Rally1) – 2’11″3
4 – Ogier-Landais (Toyota GR Yaris Rally1) – 2’36″6
5 – Evans-Martin (Toyota GR Yaris Rally1) – 4’05″1
6 – Greensmith-Andersson (Ford Puma Rally1) – 4’07″4
7 – Munster-Louka (Hyundai i20N WRC2) – 7’50″8
8 – Suninen-Markkula (Hyundai i20N WRC2) – 8’12″4
9 – Lindolm-Hamalainen (Skoda Fabia WRC2) – 8’25″6
10 – Kovalainen-Kitagawa (Skoda Fabia WRC2) – 8’59″8

Classificação final do WRC após 13 etapas:

1. Kalle Rovanperä – 255 pontos
2. Ott Tänak – 205
3. Thierry Neuville – 193
4. Elfyn Evans – 134
5. Takamoto Katsuta – 122
6. Sébastien Ogier – 97
7. Craig Breen – 84
8. Dani Sordo – 59
9. Esapekka Lappi – 58
10. Gus Greensmith – 44
11. Sébastien Loeb – 35
12. Oliver Solberg – 33
13. Pierre-Louis Loubet – 31
14. Andreas Mikkelsen – 25
15. Emil Lindholm – 16
16. Adrien Fourmaux – 13
17. Yohan Rossel e Nikolay Gryazin – 11
19. Kajetan Kajetanowicz – 10
20. Teemu Suninen – 9
21. Hayden Paddon e Stéphane Lefévbre – 8
23. Grégoire Munster, Jourdan Seideridis e Lorenzo Bertelli – 6
26. Jari Huttunen – 5
27. Ole Christian Veiby e Mauro Miele – 4
29. Chris Ingram, Erik Cais, Jan Solans, Alexandros Tsolouftas, Shane Van Gisbergen e Egon Kaur – 2
36. Harry Bates, Heikki Kövalainen e Fabrizio Zaldivar – 1

Comentários