Direto do túnel do tempo (156)
RIO DE JANEIRO – Neste dia 23 de dezembro, se vivo fosse, Michele Alboreto teria completado 57 anos de idade. Graças a Ken Tyrrell, chegou à Fórmula 1 em 1981 quando ainda competia em paralelo no Europeu de Fórmula 2 pela Minardi. Com pouco mais de meia temporada cumprida em seu primeiro ano na categoria máxima, Alboreto conquistou a confiança do velho Ken e tornou-se primeiro piloto em 1982.
Com o Tyrrell 011, desenhado por Maurice Philippe e Brian Lisles, a carreira de “Il Marocchino” decolou, com bons resultados a despeito da situação orçamentária apertada do tradicional time britânico.
Sexto no GP do Brasil, Alboreto foi promovido a quarto, com a desclassificação de Keke Rosberg e Nelson Piquet. Repetiu o resultado em Long Beach, de novo beneficiado com a perda de pontos de um adversário, desta vez de Gilles Villeneuve. E chegou ao primeiro pódio no GP de San Marino, boicotado pela maioria absoluta dos times da Formula One Constructors Association (FOCA) em represália à desclassificação de Piquet e Rosberg no Brasil. A FOCA autorizou ao menos a Tyrrell para poder competir e fazer o número mínimo de carros inscritos para uma corrida válida pelo Mundial de Fórmula 1.
Após um período longe dos pontos, Alboreto voltou a andar bem na segunda metade do campeonato. Foi 6º colocado em Paul Ricard, quarto em Hockenheim e quinto em Monza. E veio Las Vegas, local da decisão do campeonato de 1981 e também de 1982.
No circuito montado no estacionamento do hotel Caesars Palace, Alboreto teve um de seus maiores momentos com a Tyrrell número #3 pintada de verde, por cortesia do patrocínio da Denim. O italiano só foi superado nos treinos classificatórios pelas duas Renault Turbo de Alain Prost e René Arnoux. Na corrida, conservou a 3ª posição até Arnoux abandonar, na décima-nona volta.
Prost, que comandava as ações desde a 15ª passagem, teve problemas em seu carro e perdeu rendimento. Alboreto se aproveitou da situação e assumiu a liderança na 52ª de um total de 75 voltas previstas. De quebra, registrou o recorde da pista em 1’19″539 na 59ª passagem, conquistando merecidamente a primeira vitória na Fórmula 1, coroando um belíssimo campeonato daquele que foi considerado a grande revelação do ano.
A imprensa italiana incensou seu compatriota, desejando que ele fosse o legítimo sucessor de Alberto Ascari. Como todo mundo sabe, Alboreto chegou à Ferrari em 1984, mas com exceção de um vice-campeonato em 1985, não obteve o sucesso esperado e desejado. O piloto perambulou por equipes de médio e pequeno escalão até 1994, quando encerrou sua trajetória na Fórmula 1.
“Il marocchino” correu ainda no ITC/DTM, na Fórmula Indy e depois foi andar de Esporte-Protótipo. Ele, que já havia sido piloto da Lancia no começo de suas atividades na F-1, teve oito aparições nas 24 Horas de Le Mans, com direito a uma vitória em 1997, ao lado de Stefan Johansson e Tom Kristensen. Quando já integrava a Audi no time oficial do construtor alemão, Alboreto sofreu o acidente que o matou aos 44 anos, em 25 de abril de 2001, ao capotar com o R8 da marca de Ingolstadt durante um teste em Lausitzring.
Há 31 anos, direto do túnel do tempo.
Rodrigo, como é bom acessar o seu blog. Quantas narrativas espetaculares a gente encontra aqui. Essa do Alboreto então, sensacional! Parabéns.
em 97, os companheiros eram Kristensen e Johansson.
Obrigado. Corrigirei.
Marroquino! Inesquecível a prova que ele fez em 85 pela Ferrari em Mônaco, pilotou demais. E por aí tem o vídeo de Caesars Palace. Além do que, foi o responsável pela última vitória da Tyrrell, em Detroit-83.