Bomba! Ferrari na classe principal do WEC!

RIO DE JANEIRO – Toyota, Peugeot e, agora… Ferrari!

É isso mesmo que vocês leram. A Ferrari vai disputar a classe LMH do Campeonato Mundial de Endurance (FIA WEC) a partir de 2023. Diferente do que anunciado por Porsche, Audi e Acura, mais recentemente, a marca do ‘Cavallino Rampante’ vai investir num projeto de um modelo Hypercar.

Desde 1965, a marca italiana não conquista uma vitória à geral nas 24h de Le Mans, com Masten Gregory e Jochen Rindt tendo ganho aquela corrida com o modelo 250 LM. Daí em diante, vieram derrotas em sequência para a Ford até 1969 e Porsche nos anos de 1970/71, além da Matra-Simca em 1973.

E desde então a equipe oficial nunca mais esteve em La Sarthe e tampouco permaneceu no então Campeonato Mundial de Marcas. A Ferrari chegou a fazer a versão da 312PB para 1974, mas desistiu da competição. Por muitos anos, Maranello foi representada somente por modelos GT de times clientes e até pelo protótipo 333 SP, que disputou algumas edições das 24h entre 1995 e 1999. O melhor resultado foi um 6º lugar absoluto em 1997 com Max Papis/Didier Theys/Gianpiero Moretti, seguido pela vitória na subclasse LMP1 em 1998 com Eric Van de Poele/Wayne Taylor/Fermin Velez, via Doyle-Risi Racing.

Ausente na turma de cima há mais de duas décadas, a Ferrari seguiu representada nas classes GT de Le Mans e, desde 2012 do WEC, por equipes clientes e ‘oficiosas’, como é o caso da AF Corse de Amato Ferrari. A marca italiana venceu por três vezes a prova francesa na LMGTE-PRO em 2012, 2014 e 2019, a´lém dos títulos de Construtores do WEC em cinco oportunidades. A AF Corse, com 26 vitórias, é a equipe com mais triunfos na LMGTE-PRO, tendo ganho também seis taças do FIA Endurance Trophy e feito cinco vezes os campeões de pilotos nas divisões LMGTE-PRO e LMGTE-AM.

“Em mais de 70 anos de corridas, trouxemos nossos veículos para triunfar nas pistas do mundo todo, experimentando soluções tecnológicas de ponta: inovações que vêm dos circuitos e fazem parte dos carros de rua produzidos em Maranello”, disse o presidente da Ferrari, John Elkann.

“Com o novo programa Le Mans Hypercar, a Ferrari relança seu compromisso esportivo e confirma sua vontade de ser protagonista em campeonatos mundiais de automobilismo de excelência”, disse o dirigente.

A marca demorou um ano pensando a definitiva decisão de que rumo tomar: havia elementos atrativos para a Ferrari ingressar tanto no projeto LMH quanto na plataforma LMDh, de custo mais baixo e com a proposta de powertrain de cada marca integrado aos quatro chassis homologados pelo ACO para a LMP2 – Oreca, Riley/Multimatic, Onroak/Ligier e Dallara.

E a opção final foi de buscar um projeto com maior identidade visual com os modelos esportivos da Ferrari, o que só seria poss´ível com os LMH. Assim será feito.

Comentários

  • Estou muito feliz pela notícia, por além de ser fã da Ferrari, Le Mans vai ter um presente a altura para o seu aniversário de 100 anos que promete ser uma das melhores edições da história pelo grande número de montadoras confirmadas e ao que tudo indica, até lá mais gente vai confirmar sua entrada. Agora já pensando nos pilotos, seria sonhar demais esperar o Daniel Serra pilotar um dos carros?

  • Que sequência de grandes notícias para o WEC e para as 24h de Le Mans, que alguns chegaram a decretar a morte do campeonato mundial.
    E tem mais: algo me diz que mais gente ai “das antigas” vai entrar nesta disputa para a classe principal em 2023.
    Quanto às classes LMGTE, o ACO e WEC já tem a solução à porta, que é adotar a configuração GT3 permitindo assim mais marcas para disputarem o campeonato. Basta deixarem a vaidade de lado.

  • Eu acho a noticia incrível, uma montadora histórica, numa corrida lendária. Que venha mais e mais montadoras para movimentar essa categoria fascinante.

  • Com a adoção do teto orçamentário na F-1, os italianos tinham que “torrar” o dinheiro que decerto está sobrando e alocar um bocado de técnicos e engenheiros gabaritados em outras coisas dentro da empresa sob pena da concorrência buscá-los. Sem dúvida é uma ótima notícia a entrada da Ferrari na classe principal do WEC, esperando também vê-los em Daytona e Sebring nas provas chanceladas pela IMSA pelo menos…
    A parada é para 2023 ainda, mas com certeza o alvoroço, mesmo que velado, já deve ter correndo solto na concorrência, pilotos e engenheiros que estão no Endurance mundial, por conta do nome, história e presença que os carros de Maranello exercem, pois derrotá-los na pista ou ter a glória de fazer parte da equipe é um baita incentivo para se trabalhar mais e melhor.
    Agora, exercitemos nossa paciência em esperar essa maravilha toda se materializar nas pistas.

  • Essa é uma equipe que apesar de suas 9 vitórias já em Le Mans gostaria de ver ganhando a décima. Chega dos alemães ganhando todas. Bem vindo aos tifosi. Mais concorrência!