Bill Whittington (1949-2021)

RIO DE JANEIRO – Já tem gente duvidando da veracidade da informação. Afinal, foi uma vida envolta em mistério. Mas saiu na Racer Magazine e em outros veículos de m´ídia de qualidade inquestionável: o antigo piloto de Endurance e Fórmula Indy Bill Whittington, ou melhor, William Marvin Whittington morreu neste fim de semana aos 71 anos.

Segundo a publicação, um desastre aéreo ocorrido na tarde de sexta-feira em Winslow, no Arizona, ceifou a vida de uma das personagens mais controversas da história do esporte a motor.

Junto aos irmãos Don e Dale, mais Randy Lanier, John Paul Sr. e John Paul Jr., formou uma pequena turma de pilotos que transformou a IMSA – jocosamente – em International Marijuana Smugglers Association. História que contei com detalhes no blog.

Bill pegou 15 anos de cadeia por seu envolvimento com o tráfico de drogas e por evasão fiscal, pagando junto ao irmão Don multas equivalentes a US$ 7 milhões – em dólares de 1986. Inclusive, o Porsche 935 K3 que compraram após a vitória nas 24h de Le Mans de 1979 formando dupla com Klaus Ludwig, foi arrestado pela Justiça. Hoje o carro repousa, placidamente, no Museu do Indianápolis Motor Speedway.

Não foi a única condenação por evasão fiscal e muito menos de prisão de Whittington. Ele se enrolou de novo com o IRS (o Fisco Americano) e a Justiça, por evasão de divisas e foi condenado a pagar uma multa de US$ 1,8 milhão há três anos. E foi condenado a 18 meses de cadeia.

No automobilismo, até que Bill fez um papel bem razoável a despeito da origem ilícita do dinheiro que sustentava sua carreira e a de seus demais colegas. Foi vice-campeão da IMSA em 1984, mesmo dividindo a equipe com Randy Lanier – nem sempre os dois estavam juntos no carro da equipe Blue Thunder Racing Team. Durante alguns anos – entre 1978 e 1983 – ele e seu irmão Don foram os donos do circuito de Road Atlanta em Braselton, na Geórgia.

Na Indy, Whittington classificou-se para cinco participações em Indianápolis. Com um March Cosworth 82C, alcançou a segunda fila do grid para a edição de 1982. Contudo, seu melhor resultado na competição foi um modesto 14º lugar, em 1985, na corrida vencida por Danny Sullivan. Em eventos da CART, o piloto participou 15 vezes e foi 21º colocado em seu último campeonato, defendendo a Arciero Racing.

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