Novas regras definidas para o WEC e o futuro da LMP2

A LMP2 pode acabar no WEC e tudo indica que o ano de 2023 seria o último da categoria na série: o ACO pode ‘reservar’ um mínimo de 15 entradas para a classe participar das 24h de Le Mans. Neste ano, os carros da subclasse em questão perdem potência e 500 rpm na faixa útil de giro

RIO DE JANEIRO – O Conselho Mundial da FIA e o Comitê da modalidade de Endurance estiveram reunidos em Bolonha, na Itália, nesta semana. E saíram novas deliberações sobre o futuro das corridas de resistência com a afinação dos regulamentos esportivos e técnicos, bem como a denominação da nova categoria de Grã-Turismo, que estreia em 2024 com a nomenclatura LMGT3.

FIA e ACO confirmaram o que já se sabia: será uma competição Pro-Am e o chamado “Kit Premium” será opcional e não mandatório como quando o novo regulamento foi divulgado. A maioria foi contra a decisão inicial, visando custos.

Por “sustentabilidade”, também foi decidido que está banido o aquecimento prévio de pneus – quero ver como é que os pilotos que saírem dos boxes numa 24h de Le Mans, madrugada alta, asfalto frio, farão para conseguir grip com um pneu gelado.

Ainda mais na Hypercar: já na temporada 2023, com exceção da prova francesa que chega a 100 anos de fundação, as equipes participantes terão direito a duas especificações por composto (macio e médio, médio e duro, macio e duro) nas demais etapas – em Le Mans haverá três. E a coisa vai piorar para 2024: uma especificação de composto no resto da temporada e duas em La Sarthe.

Para a competição de Marcas na classe principal, os fabricantes terão de indicar de um a dois carros representando cada Construtor. Os demais carros, seja de outras equipes oficiais ou de inscrições particulares e/ou extras, competem na classificação de Equipes.

Os treinos classificatórios em 2023 serão divididos em três grupos com 15 minutos, correspondendo às classes em disputa: LMGTE-AM, LMP2 e Hypercar.

E para a LMP2, foi reservado talvez o pior cenário existente: cogita-se encerrar a categoria no WEC e deixá-la apenas e tão somente no ELMS e Asian Le Mans Series, além da IMSA, com o ACO ‘reservando’ pouco mais de 15 vagas para esta subdivisão nas 24h de Le Mans – o que já aconteceria na temporada 2024.

Neste ano, a LMP2 terá nova redução de potência no Mundial de Endurance: os motores Gibson V8, originalmente com 600 cavalos e já ‘capados’ desde a criação da Hypercar em 2021, caem 500 rpm na faixa útil de giro e perdem 10 kW, cerca de 13,5 HP. Em contrapartida, a potência subirá para os protótipos do European Le Mans Series, ganhando 15 kW, pouco mais de 20 HP.

O ACO confirmou também junto à FIA que o regulamento LMP2 no atual formato seguirá pelo menos até 2025. A classe LMP3, homologada pelas duas entidades e constante nas séries IMSA, ELMS e AsLMS, segue com a atual geração de carros até 2026, postergando a introdução da nova leva de protótipos daquela divisão.

Comentários

  • Matar a LMP2 é assumir que é difícil explicar certas coisas…

    Mais ou menos como ocorreu na F1 entre 2009 e 2016.

    Como explicar para as montadoras/ equipes, que com um orçamento 10x, 20x, 30x maior, voce sera so 4, 5 segundos mais rápido que um carro de uma categoria inferior, e eles com uma estrutura enxuta, comprando chassi e motor padronizados, e 500/600 funcionários a menos.

    Por isso Alonso soltou aquela frase famosa : Motor de GP2. Naquela época, o F1 era so 5
    Segundos mais rápido que um Super Formula em Suzuka, categoria similar a GP2 da epoca.

    Tal fato ocorreu em Le Mans ha alguns anos, não foi!? Quando os LMP2 nas mãos certas, eram somente alguns segundos mais lentos na volta toda, e ate mais rápidos nas retas, caso do Vandoorne.

    • Vc está confundindo as coisas. A F1 ser mais ou menos rápida em relação GP2/F2 não faz diferença alguma, fora da reputação da coisa. As categorias não dividem pista e a exposição do mundial é milhares e milhares de vezes maior.
      Além disso, a Super Formula não está no nível da F2 a anos, desde que começou a ter regulamento próprio e trocou o nome de F. Nippon para o atual. Os carros da categoria japonesa são os mais rápidos do mundo, fora a F1, mais velozes que a Indy. Inclusive, o Liam Lawson, 3º colocado na F2 desse ano, testou o Super Formula essa semana e disse que o carro lembra muito o F1.

      No WEC, o problema é a divisão de pista e o corte de performance dos P2 ocorreu com muito mais força em 2020, ano de estreia do LMH da Toyota. A P2 foi desenhada pra ser a segunda categoria de uma classe muito mais rápida que os atuais carros, os LMP1, por isso a diferença. O problema é que um P2 poderia ganhar uma corrida – quase aconteceu em 2017, ante os P1 e em Le Mans – o que é impossível na F1.

    • Me desculpem.!

      Troquei varias bolas 😂 ( depois da covid minha memória nunca mais foi a mesma, se eu não consultar o google, acabo escrevendo varias coisas erradas ).

      Os LMP2 em 2017 ficaram 5 segundos mais rápidos, 10 segundos atras dos LMP1.

      E o top speed deles foi maior mesmo, mas sem o vandoorne.

      Ruim mesmo ficou em 2021 ne.

      Quando estrearam os hypercars.

      Os LMP2 deram pau nos hypercars em Spa. Depois veio O BoP e tudo se acertou. Mas cai no que eu falei acima. Como explicar que um carro com orçamento menor e padronizado, pode ser mais rápido que um carro que tem 300/500 pessoas construindo ele em um fabrica.

      Agora ja não tem como voltar atras em relação aos hypercars, mas não era mais fácil ter tudo virado LMP2 ao fim do regulamento dos LMP1?