WEC, 6h de Spa: Ferrari faz pole, mas não leva…. Toyota herda P1

RIO DE JANEIRO – Por alguns minutos, a Ferrari comemorou a segunda pole position no Mundial de Endurance (FIA WEC), a segunda em três corridas – primeira para o #51 guiado por Antonio Giovinazzi, que divide sua máquina com James Calado e Ale Pier Guidi.

Porém, ai, porém…

Não, não será transcrita a letra de “Foi um rio que passou em minha vida”. É que a direção de prova capitaneada pelo português Eduardo Freitas enxergou abuso do limite de pista quando a 499P da Ferrari-AF Corse saiu com as rodas do lado esquerdo indo além da faixa verde pós-zebra.

Assim, Giovinazzi – que se recuperara de um erro na primeira tentativa, quando rodou em La Source e ficou atravessado na pista em posição perigosa, perdeu a pole obtida, teve o tempo deletado e caiu para a 3ª posição.

Por herança, Kamui Kobayashi levou o #7 da Toyota para a pole, seguido pela outra Ferrari, a #50 do espanhol Miguel Molina. O japonês fez 2’00″812, somente 0″024 mais rápido que o rival do construtor italiano.

Dessa forma, a marca oriental apagou um pouco a frustração pelo acidente do #8 com Brendon Hartley, que perdeu o carro no complexo Eau Rouge-Raidillon, possivelmente por pneus demasiadamente frios. O neozelandês tentou controlar o Hypercar e bateu na barreira de proteção, provocando bandeira vermelha.

Outro destaque além da batalha Ferrari versus Toyota foi a Cadillac, que tem um carro extra em Spa: o construtor dos EUA foi quarto com Earl Bamber na inscrição do WEC e quinto com Sébastien Bourdais no V-Series.R suplementar. A Porsche novamente deixou a desejar, com o 6º tempo do melhor carro de fábrica e o sétimo posto da Jota em sua estreia.

Os Peugeot não repetiram o bom desempenho em Portimão e numa qualificação caótica, foram batidos até pela Glickenhaus, que conquistou um respeitável 8º posto no pelotão.

O treino da divisão LMP2 foi bem tranquilo e oito dos 11 carros inscritos ficaram dentro do mesmo segundo. Tom Blomqvist levou o #23 da United à pole com o tempo de 2’05″979, 0″339 mais veloz que o #41 do Team WRT guiado por Louis Deletraz. Três equipes ficaram nas três primeiras posições, uma vez que Daniil Kvyat foi o melhor piloto da Prema.

Pietro Fittipaldi chegou a ter em mãos a pole provisória, mas foi superado por 0″577 em relação ao melhor tempo. A Jota ficou com o 17º tempo geral, considerando os carros que marcaram tempo. A Alpine de André Negrão segue a saga com um carro difícil em termos de performance: Oli Caldwell estabeleceu o décimo tempo do lote, em 2″07″099. O consolo foi superar o outro carro do time francês, guiado por Charles Milesi.

Outra qualificação acidentada foi a da LMGTE-AM, devido a uma forte batida do Porsche 911 RSR-19 da Project 1-AO com o piloto bronze P.J. Hyett a bordo. O acidente do estadunidense foi no mesmo ponto onde colidiram as Ferrari da AF Corse na véspera e onde Hartley também bateria.

O incidente não foi empecilho para a primeira pole da TF Sport no ano: com um Aston Martin AMR Vantage sem lastro nenhum, o #25 guiado por Ahmad Al Harthy varreu a concorrência e foi 1″934 mais veloz que a belga Sarah Bovy com o Porsche das Iron Dames. Na sequência, vieram a Proton Competition com Ryan Hardwick em outro Porsche, o Corvette líder do campeonato com Ben Keating, ‘amarrado’ por 45 kg de lastro adicional ao peso mínimo e em quinto veio a melhor Ferrari, com Luis Perez-Companc, da Richard Mille-AF Corse.

Como o tempo de Hyett foi deletado, a Kessel Racing-Car Guy ficou com a nona posição num pelotão de 14 carros. O #21 da AF Corse seguia em reconstrução após a batida do FP2 de ontem e se for montado a tempo, larga amanhã – e possivelmente dos boxes, a exemplo do que pode ocorrer ao Toyota e também ao carro da Project 1-AO.

Amanhã, é o seguinte: 7h15 desse sábado, ao vivo, em português e NA ÍNTEGRA, as 6h de Spa-Francorchamps serão transmitidas no canal oficial do FIA WEC e eu estarei na equipe de comentaristas junto a Felipe Meira e Sergio Milani. Aldo Luiz será o narrador da 3ª etapa.

Let’s bora!