RIO DE JANEIRO - Foi dada a largada no último domingo para uma das principais categorias de Turismo da América do Sul e do mundo inteiro: o Super TC2000 alinhou no circuito #9 do Autódromo Juan y Óscar Galvez para sua primeira ‘fecha’ de um campeonato que começa deixando algumas perguntas no ar.
Primeira: será com esse grid mesmo? 22 carros apenas? E com duas marcas – Ford e Fiat – fora da competição? O que será que nossos “hermanos” pensam a respeito? Eram quase 30 competidores ano passado e pelo menos seis escuderias não voltaram de 2017 para este ano.
Que coisa.
Segunda: será que a categoria está ficando proibitiva mesmo com a padronização de motores? Se alguém puder informar o escriba com números relativos a custos, que possam me fazer tentar entender o que acontece, agradeço.
Enfim… houve corrida, haverá campeonato com 12 etapas e a rigor, no mercado de pilotos apenas a Chevrolet não trocou ninguém para andar no seu modelo Cruze. Nos demais times, oficiais, juniores e/ou não oficiais, houve várias mudanças – exceto que o campeão em título, Facundo Ardusso, segue na equipe Renault.
Inclusive, Ardusso conquistou a pole position para a prova inicial da temporada e venceu no sábado a corrida classificatória. Mas quem se impôs na prova principal foi Leonel Pernía, com outro Renault Fluence do time oficial da marca francesa do losango.
Ardusso começa liderando o campeonato com 29 pontos, mas Pernía o segue de perto com 26 e o terceiro é Mariano Werner, com 18. A próxima etapa é para daqui a três semanas, no Autódromo Municipal Juan Manuel Fangio, em Rosario.
Fiquem com todos os vídeos da programação do Super TC2000 em Buenos Aires: treinos oficiais, prova classificatória e final. E divirtam-se!
RIO DE JANEIRO - E com algum atraso, o blog registra a passagem da Porsche Império GT3 Cup em terras argentinas. No fim de semana retrasado, foi realizada uma etapa em Buenos Aires, com ótimas disputas na tradicional pista do Autódromo Juan y Oscar Gálvez, com médias horárias altíssimas – superiores a 210 km/h – no traçado utilizado, com 5,651 km de extensão, um dos mais velozes daquele complexo.
Antes de ir para Utah e ganhar mais uma prova no Pirelli World Challenge na subdivisão GTS, Rodrigo Baptista retomou o caminho das vitórias no certame brasileiro e não só faturou a quarta rodada dupla do campeonato como também retomou a liderança do campeonato com 13,5 pontos de vantagem para Miguel Paludo. O gaúcho foi ao pódio na prova #2 com a 3ª posição, mas o resultado da corrida #1 – que pontua mais – foi fatal. O piloto chegou apenas em sétimo, enquanto Baptista fez a pontuação máxima em Buenos Aires, retomando o comando da classificação.
Na Challenge, Eloi Khouri pôs fim à invencibilidade de Marçal Müller, ganhando as duas corridas da programação. A divisão disputou sua primeira de um total de duas rodadas duplas – a próxima será em Termas de Río Hondo, na Província de Santiago del Estero. Com os 40 pontos somados na Argentina, Khouri passou a terceiro no campeonato com 61. Marçal Müller ainda lidera: o gaúcho tem 78 pontos e Marcus Vario, vice-líder, está dezesseis pontos atrás.
Os carros da Porsche Império GT3 Cup seguem em território argentino e no último fim de semana deste mês será realizada a penúltima rodada da série Sprint, em Termas de Río Hondo, antes da mais do que tradicional preliminar do GP do Brasil de Fórmula 1. A categoria terá ainda um certame paralelo de Endurance, com três provas de longa duração, encerrando no dia 2 de dezembro em Interlagos.
Enquanto isso, fiquem com mais uma transmissão na íntegra das corridas, sempre na voz do craque Luc Monteiro e comentários do Marcelo Gomes.
RIO DE JANEIRO - Gente pelo ladrão no Autódromo Óscar y Juan Galvez em Buenos Aires (mais precisamente, 39.360 espectadores), 31 carros na pista, grandes pilotos, sete marcas participantes e muita polêmica. Assim começou neste domingo o Super TC2000 com a primeira de um total de 12 etapas previstas.
A disputa no circuito #9 do traçado portenho, com 3,353 km de extensão, trouxe um momento histórico para a categoria: a estreia com vitória do modelo Citroën C4 Lounge, guiado por Jose Manuel Urcera, após uma luta cruenta com Leonel Pernía, da Renault. O triunfo rendeu até telefonema da França: os chefões da Europa ligaram para felicitar o time chefiado por Javier Ciabattari e Alberto “Cachi” Scarazzini.
O Super TC2000 é sensacional. E nós, brasileiros, deveríamos aprender com os nossos vizinhos a torcer e gostar – de fato e de direito – de automobilismo.
Brasileiro não gosta de carro. Gosta de piloto vencedor.
Quem gosta de bom automobilismo não deixa de ver os vídeos abaixo. O blog traz o treino classificatório, a corrida preliminar de 12 voltas e a finalíssima.
RIO DE JANEIRO - Este é o exato instante em que Néstor Gabriel Furlán recebe a bandeirada da etapa final do Campeonato Sul-Americano de Fórmula 3 no ano de 1989, um dos mais ‘pegados’ do início da trajetória da categoria e que marcou uma intensa rivalidade entre o piloto que corria com o Dallara Alfa Romeo da equipe Sommi-Zanón e o brasileiro Leonel Friedrich, a bordo de um Reynard Volkswagen da INI Competición.
A temporada teve grandes corridas e muita controvérsia. A desclassificação de Vital Machado, 2º colocado na etapa de Jacarepaguá, numa performance espetacular, foi uma delas. Outra grande atração foi a estreia de Christian Fittipaldi numa categoria internacional, com direito a dois triunfos em Interlagos e Curitiba – este último dando o título brasileiro ao piloto, então com 18 anos de idade. Mas Friedrich foi o principal piloto brasileiro no certame: com vitórias em Bahia Blanca, Buenos Aires (na 7ª etapa), El Zonda e Tarumã, o “Pelado” (Careca, em espanhol) engrossou o caldo para cima de Furlán, que triunfara em Cascavel, Goiânia, Rio de Janeiro e Las Vizcachas.
Os dois chegaram à última prova, disputada por 19 pilotos no total, no dia 17 de dezembro daquele ano com condições plenas de levar o caneco. Mas, como sói, os argentinos fizeram o jogo deles e se saíram bem. Furlán venceu a corrida e conquistou com méritos o título, embora os métodos não tenham sido dos mais ortodoxos (1988 e 1993 que o digam).
Foto mais uma vez cortesia do Renato Granito, roubartilhada do Facebook.
Se não me engano, a classificação final do campeonato foi esta:
1. Néstor Gabriel Furlán – 57 pontos; 2. Leonel Friedrich – 54; 3. Christian Fittipaldi – 41; 4. Guillermo Kissling – 38; 5. Cézar “Bocão” Pegoraro – 21; 6. Pedro Muffato – 16; 7. Alencar Júnior – 14; 8. Néstor Gurini – 10; 9. José Luiz Di Palma – 9; 10. Augusto Cesário – 8; 11. Luis Belloso e Jorge Muraglia – 6; 13. Elio Seikel – 5; 14. Ricardo Risatti – 4; 15. Renato Russo, Neto Jochamowitz e Djalma Fogaça – 3; 18. Afonso Rangel e Vital Machado – 1.
Ao todo, 34 pilotos disputaram pelo menos uma corrida naquela temporada.
RIO DE JANEIRO - Mais um registro da viagem que fiz a Buenos Aires em dezembro do ano passado. Aí está uma legítima Ferrari hoje repousando no saguão de entrada da sede do Automóvil Club Argentino (ACA) e que foi guiada por José Froilán González, um dos ídolos portenhos na Fórmula 1. “El Cabezón”, o Touro dos Pampas, nasceu em Arrecifes no ano de 1922 e disputou 26 GPs oficiais entre 1950 e 1960. Foi vice-campeão mundial em 1954, atrás apenas de Juan Manuel Fangio e 3º em 1951. “El Cabezón” morreu em 2013, quatro meses antes de completar 91 anos, lá mesmo em Buenos Aires.
Antônio Félix da Costa é o quarto vencedor diferente em quatro corridas da nova Fórmula E
RIO DE JANEIRO - Terminou há pouco a movimentada corrida da Fórmula E no ótimo circuito urbano montado para a categoria no bairro de Puerto Madero, em Buenos Aires. Foi a melhor pista que a categoria dos carros elétricos competiu e também foi a melhor prova (na minha opinião) das quatro já disputadas. Não faltou polêmica, controvérsia, emoção, punições e surpresas, como a vitória do português Antônio Félix da Costa, 23 anos de idade, pertencente ao quadro de pilotos da Red Bull e que defende a Amlin Aguri na Fórmula E.
Aliás, poucos poderiam prever um triunfo do time do ex-piloto de F1 Aguri Suzuki nesta categoria, em razão da crise financeira que o time atravessa desde o ano passado. E a corrida de Félix da Costa foi exemplar: largando de oitavo, ele não cometeu nenhum erro. Foi impecável, ao contrário do pole position Sébastien Buemi, que bateu com a roda dianteira direita num dos muros que margeavam a pista. E que o brasileiro Lucas Di Grassi: herdeiro da liderança, o piloto da Abt Audi também errou e também bateu.
Não obstante, a direção de prova distribuiu penalizações ao atacado e dois dos premiados foram o “Passarinho” Sam Bird e o alemão Nick Heidfeld, que vinha na liderança até receber um drive through na 33ª e antepenúltima volta. No final, a corrida teve mais contornos de anticlímax com os enroscos entre Daniel Abt e Jaime Alguersuari e depois de Jean-Éric Vergne com Bruno Senna.
Assim, além da surpreendente vitória do português da Aguri, Nicolas Prost se viu com o segundo lugar caindo no colo, com Nelsinho Piquet em terceiro. Justiça seja feita, a corrida do piloto do Team China foi espetacular, tendo marcado por diversas vezes a volta mais rápida. Acabou perdendo o ponto extra para Sam Bird, que após a punição ainda foi o 7º colocado. Bruno Senna também fez uma corrida muito combativa vindo da última fila do grid e chegou em quinto.
Agora a categoria tira o mês inteiro de fevereiro para “férias”. A Fórmula E volta em 14 de março com o ePrix de Miami, na Flórida. Lucas Di Grassi, líder do campeonato, vê a diferença para Bird descer para 10 pontos. Nelsinho Piquet é o quinto na tabela com 37. Bruno Senna está empatado com outros dois pilotos em 9º, com 18.
O resultado final em Buenos Aires:
1º Antônio Félix da Costa (Amlin Aguri), 35 voltas em 48’52″100, média de 103,4 km/h
2º Nicolas Prost (eDams), a 5″354
3º Nelsinho Piquet (China Racing), a 8″552
4º Jaime Alguersuari (Virgin Racing), a 11″148
5º Bruno Senna (Mahindra Racing), a 11″535
6º Jean-Éric Vergne (Andretti Autosport), a 13″319
7º Sam Bird (Virgin Racing), a 13″617
8º Nick Heidfeld (Venturi), a 15″464
9º Oriol Serviá (Dragon Racing), a 19″334
10º Stéphane Sarrazin (Venturi), a 28″973
Classificação do campeonato após 4 etapas:
1. Lucas Di Grassi – 58 pontos
2. Sam Bird – 48
3. Sébastien Buemi – 43
4. Nicolas Prost – 42
5. Nelsinho Piquet – 37
6. Antônio Félix da Costa – 29
7. Jaime Alguersuari – 26
8. Jerôme d’Ambrosio – 22
9. Franck Montagny, Karun Chandhok e Bruno Senna – 18
12. Oriol Serviá – 15
13. Jarno Trulli e Charles Pic – 12
15. Jean-Éric Vergne – 11
16. Nick Heidfeld – 5
17. Daniel Abt – 4
18. Stéphane Sarrazin – 3
19. Takuma Sato – 2
RIO DE JANEIRO - Mal começou o ano de 2015 e muitas capitais brasileiras começam o ano com a tarifa do transporte público mais cara. No Rio de Janeiro, um absurdo percentual de 13,3% (o dobro da inflação anual) fez o preço da passagem subir de R$ 3 para R$ 3,40. E aí me lembro do que vi na Argentina, quando usei o ônibus da foto, o 152 (Olivos-Boca) para ir a Caminito.
O coletivo da Expresso Tandilense Sacifi Y de Servicios não tem roleta. Aliás, não só ele. Nenhum outro em Buenos Aires tem roleta. Há duas opções para o passageiro: pagar a viagem em moeda – custa seis pesos, o equivalente a apenas R$ 1,88 – ou então adquirir a chamada Tarjeta SUBE, vendida em diversos lugares e recarregável. A tarjeta, igualzinha (só que não) ao Bilhete Único, tem custo inicial de 30 pesos (R$ 9,40) e a passagem, com ela, custa cinco pesos apenas (R$ 1,57).
Aliás, a frota argentina, sempre motivo de piada noutros anos, foi modernizada, melhorada e diversos coletivos têm ar condicionado e calefação. E o transporte é subsidiado pelo governo.
Igualzinho aqui.
Só que não. No Rio, a desculpa para o aumento da passagem é o custeio das gratuidades. E a frota, que se prometeu 100% refrigerada até 2016, não será renovada tão cedo. Nem em sonho.
RIO DE JANEIRO - Segunda-feira passada foi o último dos cinco dias em que estive em Buenos Aires, capital da Argentina. E foi um dia que me reservou, sem que eu soubesse, uma surpresa das grandes.
No domingo à noite, coincidentemente, passávamos pela Lavalle, não muito longe da Suipacha, onde eu e minha mulher ficamos hospedados. E vimos ali naquela rua um restaurante que nos chamou a atenção: La Estancia, chamado de Asador Criollo, com a carne assada no autêntico fogo de chão. Carne de vaca, de porco e o que mais vocês puderem imaginar de saboroso na cozinha local.
Muito bem: naquele mesmo domingo e ali no cruzamento de Lavalle com Suipacha aconteceu o único momento desagradável da viagem. Gleice teve o passaporte furtado por um “mão leve” e o passaporte tinha pesos e reais. Ela levou um tranco nas costas de um sujeito com pinta de índio, talvez boliviano ou peruano. Com filhos de colo, inclusive. Ela tem certeza que foi ele, com a ajuda do filho mais velho, que a roubou.
Vida que segue… no dia seguinte, feriado em Buenos Aires, tivemos que recorrer ao Consulado Brasileiro, também não muito longe do hotel, para conseguir a autorização de regresso da Gleice. Não demorou muito, pois já tínhamos o boletim de ocorrência do furto na polícia e em menos de meia hora saímos com a ARB embaixo do braço. Após uma pausa breve para um cappuccino, fomos para a mesma Lavalle ver se encontrávamos o passaporte. Nada feito.
Voltamos ao hotel e de lá saímos para almoçar. E decidimos ir no tal do La Estancia, na fatídica Lavalle do furto. Comemos um bife de chorizo espetacular com ensalada de palmitos, acompanhada de Pepsi – exageramos na dose de cervejas Quilmes, Stella Artois, Schneider, Patagonia e Warsteiner ao longo de todos os dias anteriores – e após o lauto almoço, quando Gleice precisou ir ao toilette, ela me volta com a surpresa.
“Rodrigo, tem fotos de pilotos de Fórmula 1 que estiveram aqui no restaurante!”
E tinha mesmo! Era da época dos anos 70/80 em que o GP da Argentina abria a temporada da categoria. Nosso garçom, um veterano da casa, alto, cabelo grisalho, cara séria e com um senso de humor sacana (principalmente contra nós, brasileiros), confirmou. A casa recebeu Gilles Villeneuve, Jody Scheckter, Niki Lauda, Jacques Laffite, Didier Pironi, Ken Tyrrell, Patrick Depailler, Ronnie Peterson, Keke Rosberg, Emerson e Wilsinho Fittipaldi.
Fechei minha primeira viagem à capital argentina com chave de ouro. Não é todo dia que se come no mesmo restaurante que recebeu, um dia, astros do automobilismo do naipe destes que citei aqui acima.
BUENOS AIRES - Umas 15h e pouquinho de um sábado de sol e muito calor em Buenos Aires. Após o blogueiro fazer o Tour de Estádios, conhecendo La Bombonera e o Monumental de Nuñez, eis que avisto pela janela do ônibus de turismo essa raridade da foto, trafegando pela Av. Del Libertador, na Recoleta. No Brasil, todo mundo sabe, era DKW. Mas acho que por aqui se chamava Auto Union mesmo – me corrijam se eu estiver errado.
Essa série que vai mostrar alguns carros antigos que encontrei aqui na capital argentina não podia deixar de começar com um dos prediletos do Flavio Gomes, que está de Kombosa a caminho do Uruguai.
RIO DE JANEIRO - No último dia 1º de abril, a Amaury Sports Organisation (ASO), responsável pelo Rali Dakar, oficializou o percurso completo para a edição do evento em 2015, marcada para passar em três países da América do Sul – Argentina, Chile e Bolívia – em formato “laço”, com partida e chegada na capital Buenos Aires.
Após o levantamento feito pelo braço direito David Castera, o diretor de percurso do evento, Etienne Lavigne, o homem-forte do Dakar, fez o comunicado lá mesmo em Buenos Aires, onde o evento terá início em 4 de janeiro.
Serão 13 etapas e 14 dias de provas, com o formato inédito adotado de dois dias diferentes de descanso. Pilotos e navegadores de carros e caminhões terão o dia 10 de janeiro de 2015 como um dia de pausa nas trilhas. Já a jornada para pilotos de motos e quadriciclos será dia 12. Tudo em Iquique, no Chile.
Vamos ao percurso oficial do Rali Dakar 2015:
Largada promocional – 3 de janeiro
Buenos Aires (Plaza de Mayo)
1º dia – 4 de janeiro
Buenos Aires-Villa Carlos Paz (Córdoba)
2º dia – 5 de janeiro
Villa Carlos Paz (Córdoba)-San Juan
3º dia – 6 de janeiro
San Juan-Chilecito
4º dia – 7 de janeiro
Chilecito-Copiapó
5º dia – 8 de janeiro
Copiapó-Antofagasta
6º dia – 9 de janeiro
Antofagasta-Iquique
7º dia – 10 de janeiro
Iquique (descanso carros/caminhões); Iquique-Uyuni (motos/quads)
8º dia – 11 de janeiro
Iquique-Uyuni (carros/caminhões); Uyuni-Iquique (motos/quads)
9º dia – 12 de janeiro
Iquique (descanso motos/quads); Uyuni-Iquique (carros/caminhões)
10º dia – 13 de janeiro
Iquique-Calama
11º dia – 14 de janeiro
Calama-Salta
12º dia – 15 de janeiro
Salta-Termas de Río Hondo
13º dia – 16 de janeiro
Termas de Río Hondo-Rosario
RIO DE JANEIRO - A sétima edição do Rali Dakar em território sul-americano já tem percurso conhecido. A Amaury Sports Organisation (ASO) anunciou hoje em Paris, na França, a rota da maior competição off-road do planeta. Tal como neste ano, os competidores passarão por Argentina, Bolívia e Chile – mas com substanciais mudanças em relação a 2014.
A começar que a largada volta à capital da Argentina. Buenos Aires recebe os veículos das quatro categorias em disputa – carros, motos, caminhões e quadriciclos – com a largada promocional marcada para 3 de janeiro em frente à Casa Rosada, sede do governo, na Praça de Maio. O Rali Dakar propriamente dito inicia no dia seguinte e vai até 17 de janeiro.
Desta vez, a ASO programou quatro etapas em solo boliviano – neste ano foram apenas duas especiais no país governado por Evo Morales – no que indica um maior investimento deles na passagem do Rali Dakar naquele território. Em 2015, ao contrário do que aconteceu na última edição, carros e caminhões vão fazer trechos cronometrados na Bolívia.
E como parte de uma nova rota, a organização anunciou também a separação do chamado Rest Day, o dia de descanso, em duas partes. Carros e caminhões numa ocasião (10 de janeiro), motos e quadriciclos noutra (dois dias depois). A ASO também bateu o martelo quanto à realização de etapas maratona. Haverá especiais do gênero para todas as categorias, desta vez.
Após a passagem por Iquique, os competidores sobem rumo ao norte do Chile e depois atravessam a Bolívia de volta ao território argentino. A chegada será também em Buenos Aires.
A equipe da organização, chefiada por David Castera, vai começar o trabalho de levantamento de percurso e em breve será revelada a rota definitiva do Rali Dakar 2015, que terá cerca de 9 mil km percorridos em duas semanas no território sul-americano.
RIO DE JANEIRO - Não é só no Brasil que políticos destroem autódromos a seu bel-prazer. Jacarepaguá, como todo mundo sabe, foi para o vinagre por conta da ganância das empreiteiras e de acordos espúrios com a prefeitura do Rio de Janeiro. Do outro lado do Rio da Prata, a coisa promete fervilhar: existe um plano para a demolição o templo do automobilismo argentino. O Autódromo de Buenos Aires – sede de 20 edições do GP da Argentina de Fórmula 1 entre 1953 e 1998 (naturalmente com interrupções) – corre risco de virar área de reciclagem de lixo.
A “ideia” brilhante é de Mauricio Macri e de seu partido, o PRO (Propuesta Republicana). O atual prefeito da capital federal da Argentina foi, aliás e a propósito, presidente do Boca Juniors entre 1995 e 2007. Com maiores ambições políticas, Macri, hoje com 54 anos, candidatou-se e venceu as eleições para a prefeitura. E desde então, já acumula dois mandatos – inclusive com a mudança da Constituição para permitir a sua reeleição.
A PRO tem 40 projetos cuja sanção está prevista para antes do fim de 2013. Um deles é o de demolir o Autódromo Oscar y Juan Gálvez, no bairro de Villa Riachuelo, transformando-o em usina de reciclagem de resíduos de lixo – e existem outros 17 pontos na capital que correm esse risco, porque o governo quer fazer cumprir a iniciativa da chamada Ley de Basura Cero (Lixo Zero) que rege a cidade de Buenos Aires desde 2007.
A iniciativa foi da chefe de comissão de planejamento urbano do Legislativo, Karina Spalla. E o presidente da Assembleia Legislativa, Cristian Ritondo, propõe simplesmente destruir o Autódromo e colocá-lo abaixo porque se pressupõe que as instalações do circuito estão em colapso total.
Logicamente a pretensão da PRO e do “Macrismo” já provocou reações nas redes sociais entre os amantes do automobilismo. As “tuercas” se manifestaram contrárias à demolição do Autódromo de Buenos Aires e pelo menos um dos ídolos locais, o ex-piloto Oswaldo “Cocho” López, fez críticas contundentes à ideia.
“A pessoa que escreveu o projeto não sabe nada da história do automobilismo argentino. Acho melhor que ela pense em outra alternativa para fazer a reciclagem de lixo. Quem sabe na frente de sua própria casa”, atacou “Cocho”. “Se os vizinhos não gostam da iniciativa, que busquem então outros lugares, mais longe do Autódromo e adequados para esse fim”, disse.
“O Autódromo Hermanos Gálvez é um ícone do esporte, conhecido pelos aficcionados como o ‘Luna Park do automobilismo’. O que querem fazer com a pista é algo parecido com a demolição de La Bombonera (estádio do Boca Juniors, presidido no passado por Mauricio Macri) para se erguer uma fábrica de sapatos”, finalizou “Cocho” em entrevista a rádio La Red.
Em tempo: cabe observar que o governo de Mauricio Macri à frente da prefeitura de Buenos Aires não é propriamente íntegro. Há várias queixas-crime de abuso de autoridade, fraude, coerção e corrupção. Não obstante, existem suspeitas de que a campanha do político tenha sido financiada pelo tráfico de drogas e pela rede de prostituição da capital. Também houve acusações de espionagem contra Sergio Burstein, líder da comunidade judaica que foi contrário à nomeação de Jorge Alberto Palacios como chefe de polícia de Buenos Aires, por conta de suas conexões com ataques terroristas.
RIO DE JANEIRO - Presença pouco usual de Jochen Rindt num Esporte Protótipo no tempo em que ele guiou para Colin Chapman, na Lotus. O austríaco está sentado no cockpit do Porsche 908/2 Spyder da escuderia de Alex Soler-Roig nas 200 Milhas de Buenos Aires, em 1970. Na ocasião, o futuro campeão post mortem da Fórmula 1 dividiu este carro com Carlos Reutemann, ainda na Fórmula 2. A dupla chegou em 6º lugar naquela corrida.
Reparem nos pequenos blocos de feno ali atrás. Guard-rail? É ruim, hein…
RIO DE JANEIRO - Um oferecimento do blog A Mil Por Hora a todos os seus leitores: o vídeo com a transmissão na íntegra da primeira etapa do Super TC2000, que como era de se esperar, arrastou uma multidão no último domingo de Páscoa ao circuito urbano montado em Buenos Aires, nas proximidades do famoso bairro da Recoleta. No ano passado, o traçado era no Centro e os carros aceleravam ao largo do Obelisco e outros pontos turísticos.
Largaram 28 pilotos de um total de 30 inscritos e a vitória foi de Facundo Ardusso, com um Fiat Linea, seguido por Néstor Girolami (Peugeot) e Christian Ledesma (Honda).
RIO DE JANEIRO - A miniatura que ilustra esta postagem é de um carro marcado pela tragédia. Enviada pelo Rui Pastor, esta é a réplica em escala 1/43 da Ferrari 312 PB, chassis #0874, com que o italiano Ignazio Giunti sofreu um acidente fatal nos 1000 km de Buenos Aires, abertura do Campeonato Mundial de Marcas, em 1971.
A corrida, realizada no dia 10 de janeiro, teve a participação de 22 carros. Havia os protótipos com motores acima de 5 litros de capacidade cúbica, entre eles os Porsche 917 e as Ferrari 512, além de modelos 3 litros (entre eles a Ferrari de Giunti) e outros de 2 litros, completando o grid. Emerson Fittipaldi participaria da corrida, a princípio, com uma Alfa Romeo T33/3 da Autodelta SpA, que ele dividiria com Toine Hezemans. Mas um acidente nos treinos fez o carro sofrer perda total e o brasileiro foi realocado no Porsche da Escudería Nacional CS, da Espanha, onde ele substituiu Alex Soler-Roig como companheiro do argentino Carlos Reutemann.
Para os 1000 km de Buenos Aires, disputados no circuito de 6,122 km de extensão, um dos muitos traçados utilizados naquele autódromo, a equipe oficial Ferrari levou apenas uma 312 PB enquanto as 512M e 512S eram alinhadas por equipes independentes. Com ela, a dupla Ignazio Giunti/Arturo Merzario conseguiu o 2º lugar no grid, atrás apenas do Gulf Porsche 917K de Pedro Rodriguez/Jackie Oliver.
Dada a largada, Giunti foi o primeiro a guiar o bólido vermelho e tudo corria bem com a 312 PB antes do primeiro reabastecimento, previsto para acontecer por volta da 40ª passagem. Um pouco antes disto, o francês Jean-Pierre Beltoise, que vinha ao comando da Matra-Simca MS660 que dividiria com Jean-Pierre Jabouille, ficou sem combustível no meio do circuito e, de uma forma que hoje seria considerada irresponsável e absurda, tentou trazer seu carro para os boxes no braço, empurrando-o.
Absurda ou não, irresponsável ou não, a atitude de Beltoise fez um piloto pagar um preço caríssimo, com a vida. Após a última curva, a Horquilla, há um pequeno movimento para a esquerda, que os pilotos faziam para tomar a reta principal dos boxes e das arquibancadas. Enquanto a Matra vinha empurrada, dois carros seguiam na pista naquele momento: a Ferrari 512M de Mike Parkes, da Scuderia Filipinetti e a 312 PB de Giunti.
Parkes, postado mais à esquerda, conseguiu ver o carro azul a tempo de desviar e evitar a colisão. Giunti, não. E o que se seguiu foi aterrador, com a 312 PB explodindo em chamas após a ruptura do tanque de combustível e o contato da gasolina com as partes quentes do carro, a borracha, a pintura e tudo o mais. Detalhe: Arturo Merzario já estava pronto para trocar com o colega de equipe e assistiu a cena, estupefato, do boxe da equipe italiana.
Preso ao carro e sem nada poder fazer, Giunti, que tinha em seu currículo somente quatro aparições em corridas de Fórmula 1 e seria o regra três da Ferrari para aquela temporada de 1971, morreu antes de completar 30 anos. Muitos o consideravam a maior esperança italiana no automobilismo desde Lorenzo Bandini e as circunstâncias que envolveram a perda dos dois valores foram, de certo modo, semelhantes.
Beltoise, cuja carreira no automobilismo teve sequência até meados daquela década, sofreu com as consequências do acidente. Massacrado pela imprensa italiana, o francês levou uma suspensão de três meses que atrapalhou sua temporada no Mundial de Marcas e também na Fórmula 1. A Efecê Editora, que publicava a revista Auto Esporte, chegou a lançar naqueles tempos um livro de Beltoise, chamado É proibido morrer. Confesso que gostaria de ter um exemplar na minha coleção.
Ah… os 1000 km de Buenos Aires foram até o fim. A vitória foi de Jo Siffert e Derek Bell, no outro Porsche 917K da equipe de John Wyer. Mas não houve comemoração e sim comoção pela trágica perda de um nome que poderia ter sido grande no automobilismo internacional.
Rodrigo Mattar, carioca de 47 anos. Apaixonado por automobilismo desde os nove, é jornalista especializado em esportes a motor desde 1998. Estagiou no Jornal do Brasil e numa assessoria de comunicação antes de ingressar na Rede Globo. Em 2003, foi para o Sportv, onde foi editor dos hoje extintos programas Grid Motor e Linha de Chegada. No mesmo ano, iniciou sua trajetória como comentarista, estreando numa transmissão de uma corrida de Stock Car, realizada no saudoso Autódromo de Jacarepaguá. Há cinco anos, está no Fox Sports, atuando como editor e comentarista de diversas categorias, entre as quais Rali Dakar, Nascar, MXGP, WTCC, WRC, FIA WEC, IMSA Weather Tech SportsCar Championship, Fórmula E e Superbike Series Brasil. Conduz o blog A Mil Por Hora, agora no GRANDE PRÊMIO, desde 2008.